COVID-19 e suas sequelas de longo prazo: o que sabemos em 2023?

Giuseppe Lippi
Fabian Sanchis-Gomar
Brandon M Henry
Título original
COVID-19 and its long-term sequelae: what do we know in 2023?
Resumo

Resumo
A síndrome pós-viral é uma condição médica bem conhecida, caracterizada por diferentes níveis de comprometimento físico, cognitivo e emocional que podem persistir com gravidade variável após a recuperação de uma infecção viral aguda. Não é de surpreender que a COVID-19 também possa ser acompanhada por sequelas clínicas de médio e longo prazo após a recuperação de uma infecção pelo SARS-CoV-2. Embora tenham sido sugeridas muitas definições clínicas, a “COVID longa” pode ser definida como uma condição que ocorre em pacientes com história de infecção pelo SARS-CoV-2, desenvolvendo-se nos primeiros 3 meses após o início dos sintomas, persistindo por pelo menos 2 meses e não explicada por diagnósticos alternativos. De acordo com análises globais recentes, a prevalência cumulativa da COVID longa parece variar entre 9 e 63%, sendo até 6 vezes maior que a de outras condições semelhantes ocorridas após uma infecção viral. A COVID longa envolve a presença de pelo menos 1 sintoma, como fadiga, dispneia, comprometimento cognitivo/”névoa cerebral”, mal-estar pós-exercício, dificuldades de memória, dor musculoesquelética/espasmos, tosse, distúrbios do sono, taquicardia/palpitações, alterações na percepção do olfato/paladar, dor de cabeça, dor no peito e depressão. Até o momento, os mais importantes preditores demográficos e clínicos são sexo feminino, idade avançada, tabagismo, condições médicas preexistentes, pessoas não vacinadas contra a COVID-19, infecção por variantes pré-Omicron do SARS-CoV-2, número de sintomas na fase aguda, carga viral, COVID-19 grave/crítica e uso de ventilação mecânica invasiva. Quanto ao cuidado de pacientes com COVID longa, o maior desafio é o fato de que essa síndrome não pode ser considerada uma entidade clínica única, exigindo, portanto, uma conduta multidisciplinar integrada, especificamente adaptada ao tipo e à gravidade dos sintomas.
 

Resumo original

Abstract
Post viral syndrome is a well known medical condition characterized by different levels of physical, cognitive, and emotional impairment that may persist with fluctuating severity after recovering from an acute viral infection. Unsurprisingly, COVID 19 may also be accompanied by medium- and long term clinical sequelae after recovering from a SARS CoV 2 infection. Although many clinical definitions have been provided, "long COVID" can be defined as a condition occurring in patients with a history of SARS CoV 2 infection, developing 3 months from the symptoms onset, persisting for at least 2 months, and not explained by alternative diagnoses. According to recent global analyses, the cumulative prevalence of long COVID seems to range between 9% and 63%, and is up to 6 fold higher than that of similar postviral infection conditions. Long COVID primarily encompasses the presence of at least 1 symptom, such as fatigue, dyspnea, cognitive impairment / brain fog, postexertional malaise, memory issues, musculoskeletal pain / spasms, cough, sleep disturbances, tachycardia / palpitations, altered smell / taste perception, headache, chest pain, and depression. The most important demographic and clinical predictors to date are female sex, older age, cigarette smoking, pre existing medical conditions, lack of COVID 19 vaccination, infection with pre Omicron SARS CoV 2 variants, number of acute phase symptoms, viral load, severe / critical COVID 19 illness, as well as invasive mechanical ventilation. Concerning the care for long COVID patients, the greatest challenge is the fact that this syndrome cannot be considered a single clinical entity, and thus it needs an integrated multidisciplinary management, specifically tailored to the type and severity of symptoms.
 
 

Revista
Polish archives of internal medicine
Data de publicação
Volume
133
Fascículo
4
doi
10.20452/pamw.16402
Páginas:
Idioma:
Inglês