"Descrença e tristeza": as perspectivas de estudantes de primeiro ano de profissões da saúde sobre os erros no cuidado de saúde

Beth P Davis ; Carolyn Clevenger ; Carolyn Clevenger ; Danielle Moulia ; Douglas S Ander
Título original:
"Disbelief and Sadness": First-Year Health Profession Students' Perspectives on Medical Errors
Resumo:

OBJETIVOS: Os objetivos deste estudo foram examinar as reações dos estudantes de primeiro ano de profissões da saúde aos erros no cuidado de saúde e determinar se existem diferenças entre as disciplinas. MÉTODOS: Depois de assistirem ao vídeo de Susan Sheridan do programa Team STEPPS, que descreve dois erros diferentes no cuidado de saúde, os estudantes dos cursos de auxiliar de anestesia, radiologia, medicina, enfermagem, fisioterapia e auxiliar médico deram respostas abertas não estruturadas refletindo sobre as suas impressões iniciais quanto aos erros retratados no filme. As respostas dos estudantes foram avaliadas através de técnicas de codificação indutiva e análise temática e estratificadas por disciplina. Calculamos as frequências dos temas-chave. Usamos a análise descritiva para caracterizar os participantes e testes χ para comparar as respostas entre as disciplinas. RESULTADOS: Numa revisão das respostas de 373 estudantes (taxa de resposta de 80%), 255 estudantes expressaram respostas baseadas em emoções, das quais 93,75 foram negativas, com comentários que mencionavam o fato de se sentirem horrorizados, chocados e desapontados com as experiências dos pacientes. Dos 227 estudantes que comentaram sobre culpa ou responsabilidade, 70% consideraram que se tratava de um erro sistêmico, 45% consideraram que a culpa era do profissional e só 1,3% afirmaram que a culpa era do paciente. Dos estudantes que mencionaram o contexto ou a situação, pouco mais da metade considerou que o episódio era evitável e que havia uma relação causal entre as ações dos profissionais da clínica e o erro. Por fim, uma alta porcentagem dos estudantes deu respostas orientadas a soluções, observando a importância do trabalho em equipe e da comunicação na prevenção de erros no cuidado de saúde. CONCLUSÕES: Os estudantes de primeiro ano de profissões da saúde reagiram aos erros com forte emoção e angústia. Suas respostas representam, em grande medida, uma visão individualista da saúde, tanto nas causas como nas soluções para os erros. Não foram observadas diferenças nos temas das respostas entre as disciplinas. Este estudo representa as respostas emocionais dos alunos a um cenário de ocorrência de erros no cuidado de saúde. As respostas qualitativas e as reações dos estudantes ao vídeo ofereceram oportunidades para incitar nuances que, de outra forma, não seriam observados num inquérito típico sobre atitudes. Observamos uma visão individualista do cuidado de saúde, tanto nas causas como nas soluções para os erros. Vemos estes resultados como uma oportunidade para a educação interprofissional sobre abordagens sistêmicas destinadas a melhorar a segurança do paciente. Estes resultados deverão impulsionar esforços curriculares para a educação interprofissional, a prática colaborativa e a segurança do paciente.

Resumo Original:

Resumo:
OBJECTIVES: The aims of the study were to examine the reactions of first-year health profession students to medical errors and determine whether differences exist between disciplines. METHODS: After viewing the Team STEPPS Program's Susan Sheridan video that describes two separate medical errors, students from anesthesia assistant, medical imaging, medicine, nursing, physical therapy, and physician assistant programs provided unstructured open responses reflecting on initial impressions of medical errors depicted in the film. Student responses were assessed via inductive coding techniques and thematic analysis and stratified by discipline. Frequencies of key themes were calculated. Descriptive analyses characterized respondents and χ tests compared responses between disciplines. RESULTS: In a review of 373 student responses (80% response rate), 255 students expressed an emotion-based reply, of which 93.75 were negative with such comments as they felt horrified, appalled, and disappointed by the patient's experience. Of the 227 students who commented on blame or fault, 70% felt that a system error was at fault, 45% felt that it was the provider and only 1.3% stated that it was the patient's fault. Of the students who mentioned the context or situation, just more than half felt that the episode was preventable and there was a causal relationship between clinic workers' actions and the medical error. Finally, a high percentage of students had a solutions-oriented response, noting the importance of teamwork and communication in the avoidance of medical errors. CONCLUSIONS: First-year health profession students responded to medical error with strong emotion and distress. Their responses largely represent an individualistic view of healthcare in both the causes and solutions to medical errors. No differences in response themes were observed by discipline. This study represents our students' emotional responses to a medical error scenario. The qualitative responses and reactions of students to the Sheridan video offered opportunities to tease out nuances that would otherwise be unavailable in a typical attitudes survey. We noted a individualistic view of healthcare in both the causes and solutions to medical errors. We view these results as an opportunity for interprofessional education in systems-level approaches to improve patient safety. Curricular efforts in interprofessional education, collaborative practice, and patient safety should be driven by these results.

 

Fonte:
Journal of Patient Safety ; 2020. DOI: 10.1097/PTS.0000000000000691.