Efeito protetor da vacinação contra COVID-19 na síndrome da COVID longa: uma revisão sistemática e metanálise

Atsuyuki Watanabe ; Masao Iwagami ; Jun Yasuhara ; Hisato Takagi ; Toshiki Kuno
Título original:
Protective effect of COVID-19 vaccination against long COVID syndrome: A systematic review and meta-analysis
Resumo:

Resumo
Contexto: A relação entre a vacinação contra a doença do coronavírus de 2019 (COVID-19) e a COVID longa ainda não foi bem estabelecida. Realizamos uma revisão sistemática e metanálise para avaliar a associação entre ambas.
Métodos: Fizemos pesquisas nas bases de dados PubMed e EMBASE em setembro de 2022, sem restrições de idioma (CRD42022360399), para identificar estudos prospectivos e estudos observacionais que comparassem pacientes vacinados ou não antes de adquirirem uma infecção pelo coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2). Também incluímos estudos que comunicassem mudanças na sintomatologia de pacientes com COVID longa após a vacinação. Sintetizamos as razões de chances (odds ratios, ORs) para cada desfecho usando um modelo de efeitos aleatórios. As mudanças nos sintomas após a vacinação foram sintetizadas em uma metanálise de um único grupo.
Resultados: Incluímos na análise seis estudos observacionais envolvendo 536.291 pacientes não vacinados e 84.603 vacinados (antes da infecção por SARS-CoV-2) (idade média, 41,2 a 66,6 anos; sexo feminino, 9,0 a 67,3%) e seis estudos observacionais envolvendo 8.199 pacientes com COVID longa (idade média, 40,0 a 53,5; sexo feminino, 22,2 a 85,9%) que receberam vacinação após a infecção por SARS-CoV-2. Pacientes que receberam duas doses de vacinação apresentaram um menor risco de COVID longa em comparação com pacientes não vacinados (OR, 0,64; intervalo de confiança [IC] de 95%, 0,45-0,92) e com pacientes vacinados com uma única dose (OR, 0,60; IC 95%, 0,43-0,83). Pacientes vacinados com duas doses, quando comparados aos não vacinados, apresentaram um menor risco de fadiga persistente (OR, 0,62; IC 95%, 0,41-0,93) e distúrbio pulmonar (OR, 0,50; IC 95%, 0,47-0,52). Entre pacientes com sintomas persistentes de COVID longa, 54,4% (IC 95%, 34,3-73,1%) não observaram mudanças nos sintomas após a vacinação, enquanto 20,3% (IC 95%, 8,1-42,4%) apresentaram melhora nos sintomas entre duas semanas e seis meses após a vacinação contra COVID-19.
Conclusões: A vacinação contra COVID-19 antes da infecção pelo SARS-CoV-2 esteve associada a um menor risco de COVID longa, enquanto a maioria dos pacientes com COVID longa não apresentou mudanças nos sintomas após a vacinação.
 

Resumo Original:

Abstract
Background: The relationship between coronavirus disease 2019 (COVID-19) vaccination and long COVID has not been firmly established. We conducted a systematic review and meta-analysis to evaluate the association between COVID-19 vaccination and long COVID.
Methods: PubMed and EMBASE databases were searched on September 2022 without language restrictions (CRD42022360399) to identify prospective trials and observational studies comparing patients with and without vaccination before severe acute respiratory syndrome coronavirus-2 (SARS-CoV-2) infection. We also included studies reporting symptomatic changes of ongoing long COVID following vaccination among those with a history of SARS-CoV-2 infection. Odds ratios (ORs) for each outcome were synthesized using a random-effects model. Symptomatic changes after vaccination were synthesized by a one-group meta-analysis.
Results: Six observational studies involving 536,291 unvaccinated and 84,603 vaccinated (before SARS-CoV-2 infection) patients (mean age, 41.2-66.6; female, 9.0-67.3%) and six observational studies involving 8,199 long COVID patients (mean age, 40.0 to 53.5; female, 22.2-85.9%) who received vaccination after SARS-CoV-2 infection were included. Two-dose vaccination was associated with a lower risk of long COVID compared to no vaccination (OR, 0.64; 95% confidence interval [CI], 0.45-0.92) and one-dose vaccination (OR, 0.60; 95% CI, 0.43-0.83). Two-dose vaccination compared to no vaccination was associated with a lower risk of persistent fatigue (OR, 0.62; 95% CI, 0.41-0.93) and pulmonary disorder (OR, 0.50; 95% CI, 0.47-0.52). Among those with ongoing long COVID symptoms, 54.4% (95% CI, 34.3-73.1%) did not report symptomatic changes following vaccination, while 20.3% (95% CI, 8.1-42.4%) experienced symptomatic improvement after two weeks to six months of COVID-19 vaccination.
Conclusions: COVID-19 vaccination before SARS-CoV-2 infection was associated with a lower risk of long COVID, while most of those with ongoing long COVID did not experience symptomatic changes following vaccination.
 

Fonte:
Vaccines ; 41(11): 1783-1790; 2023. DOI: 10.1016/j.vaccine.2023.02.008.