Eficácia da conciliação medicamentosa liderada por farmacêuticos para reduzir os erros de medicação na alta hospitalar e a necessidade de cuidados de saúde nos primeiros 30 dias: um estudo clínico pragmático

Maja Jošt ; Mojca Kerec Kos ; Mitja Kos ; Lea Knez
Título original:
Effectiveness of pharmacist-led medication reconciliation on medication errors at hospital discharge and healthcare utilization in the next 30 days: a pragmatic clinical trial
Resumo:

Eficácia da conciliação medicamentosa liderada por farmacêuticos para reduzir os erros de medicação na alta hospitalar e a necessidade de cuidados de saúde nos primeiros 30 dias: um estudo clínico pragmático
As transições no cuidado de saúde frequentemente levam a erros de medicação e à utilização desnecessária do sistema de saúde. Foi demonstrado repetidamente que a conciliação medicamentosa reduz esse risco. No entanto, a grande maioria das evidências se limita à conciliação medicamentosa no contexto de estudos clínicos e em países com serviços bem estabelecidos de farmácia clínica. Assim, este estudo pragmático, prospectivo e controlado avaliou a eficácia da conciliação medicamentosa de rotina liderada por farmacêuticos em comparação com o cuidado-padrão para reduzir os erros de medicação e a utilização não planejada de cuidados de saúde em pacientes adultos hospitalizados em serviços clínicos gerais de um hospital universitário na Eslovênia. No grupo de intervenção, foram incluídos todos os pacientes internados em uma enfermaria na qual a conciliação medicamentosa foi integrada à prática clínica de rotina, sendo praticada no momento da internação e da alta, juntamente com o aconselhamento do paciente. O grupo-controle foi formado por pacientes selecionados aleatoriamente nas demais enfermarias clínicas. O desfecho primário do estudo foi a utilização não planejada de cuidados de saúde nos primeiros 30 dias após a alta, e os desfechos secundários foram os erros de medicação clinicamente importantes na alta hospitalar e a utilização não planejada de cuidados por problemas de saúde graves nos primeiros 30 dias após a alta. O estudo incluiu um total de 414 pacientes (53,4% homens, idade mediana de 71 anos) — 225 no grupo de intervenção e 189 no grupo-controle. No grupo de intervenção, o número de pacientes com erros de medicação clinicamente importantes no momento da alta hospitalar foi significativamente mais baixo (grupo de intervenção vs. grupo controle: 9,3% vs. 61,9%). A regressão logística múltipla revelou que a conciliação medicamentosa reduziu em 20 vezes a probabilidade de um erro de medicação clinicamente importante, enquanto o uso de um maior número de medicamentos no momento da internação esteve associado a uma maior probabilidade. No entanto, não foram observadas diferenças significativas na utilização não planejada de cuidados de saúde por qualquer causa ou por problemas de saúde graves (grupo de intervenção vs. grupo-controle: 33,9% vs. 27,8% e 20,3% vs. 14,6%, respectivamente). A probabilidade de utilização de cuidados de saúde por problemas graves aumentou com a idade do paciente, o número de medicamentos na internação e a hospitalização por uma condição clínica aguda. Nosso estudo pragmático confirmou que a conciliação medicamentosa, mesmo quando realizada como parte da prática clínica de rotina, leva a uma redução substancial no risco de erros de medicação clinicamente importantes na alta hospitalar, mas não a uma redução na utilização de cuidados de saúde. A conciliação medicamentosa é um elemento fundamental, embora não suficiente, para garantir a segurança do paciente após a alta hospitalar. 
Registro do estudo clínico: https://clinicaltrials.gov/search?id=NCT06207500; identificador: NCT06207500.
 

Resumo Original:

Transitions of care often lead to medication errors and unnecessary healthcare utilization. Medication reconciliation has been repeatedly shown to reduce this risk. However, the great majority of evidence is limited to the provision of medication reconciliation within clinical trials and countries with well-established clinical pharmacy. Thus, this pragmatic, prospective, controlled trial evaluated the effectiveness of routine pharmacist-led medication reconciliation compared to standard care on medication errors and unplanned healthcare utilization in adult general medical patients hospitalized in a teaching hospital in Slovenia. All patients hospitalized in a ward where medication reconciliation was integrated into routine clinical practice were included in the intervention group and received admission and discharge medication reconciliation, coupled with patient counselling. The control group consisted of randomly selected patients from the remaining medical wards. The primary study outcome was unplanned healthcare utilization within 30 days of discharge, and the secondary outcomes were clinically important medication errors at hospital discharge and serious unplanned healthcare utilization within 30 days of discharge. Overall, 414 patients (53.4% male, median 71 years) were included-225 in the intervention group and 189 in the control group. In the intervention group, the number of patients with clinically important medication errors at discharge was significantly lower (intervention vs control group: 9.3% vs 61.9%). Multiple logistic regression revealed that medication reconciliation reduced the likelihood of a clinically important medication error by 20-fold, while a higher number of medications on admission was associated with an increased likelihood. However, no significant differences were noted in any and serious unplanned healthcare utilization (intervention vs control group: 33.9% vs 27.8% and 20.3% vs 14.6%, respectively). The likelihood of serious healthcare utilization increased with the age of the patient, the number of medications on admission and being hospitalized for an acute medical condition. Our pragmatic trial confirmed that medication reconciliation, even when performed as part of routine clinical practice, led to a substantial reduction in the risk of clinically important medication errors at hospital discharge but not to a reduction in healthcare utilization. Medication reconciliation is a fundamental, albeit not sufficient, element to ensure patient safety after hospital discharge. 
Clinical Trial Registration: https://clinicaltrials.gov/search?id=NCT06207500, identifier NCT06207500.
 

Fonte:
Front Pharmacol ; 15: 1377781; 2024. DOI: 10.3389/fphar.2024.1377781.