Resumo
Objetivos: A hospitalização durante a gravidez e o parto aumenta o risco de Tromboembolismo Venoso (TEV). Este estudo aplicou um escore de risco de TEV a todas as gestantes hospitalizadas para verificar sua eficácia na prevenção de morte materna por TEV até três meses após a alta.
Métodos: Neste estudo intervencionista, as pacientes foram classificadas como de baixo ou alto risco de acordo com o escore de risco de TEV (escore de risco do Hospital das Clínicas). Pacientes de alto risco (escore ≥ 3) foram encaminhadas para tromboprofilaxia farmacológica. A análise de interação dos principais fatores de risco foi realizada utilizando Odds Ratio (OR) e regressão de Poisson com variância robusta.
Resultados: Foram analisados os dados de 10.694 casos (7212 pacientes); 1.626 (15,2%, 1.000 pacientes) e 9.068 (84,8%, 6.212 pacientes) casos foram classificados como sendo de alto risco (escore ≥ 3) e baixo risco (escore < 3), respectivamente. Os principais fatores de risco (Odds Ratio, Intervalo de Confiança de 95%) para TEV foram idade ≥ 35 e < 40 anos (1,6; 1,4-1,8), paridade ≥ 3 (3,5; 3,0-4,0), idade ≥ 40 anos (4,8; 4,1-5,6), gestações múltiplas (2,1; 1,7-2,5), IMC ≥ 40 kg/m2 (5,1; 4,3-6,0), infecção grave (4,1; 3,3-5,1) e câncer (12,3; 8,8-17,2). Houve 10 casos de TEV: 7/1.636 (0,4%) e 3/9.068 (0,03%) nos grupos de alto e baixo risco, respectivamente. Nenhuma paciente morreu de TEV. A intervenção reduziu o risco de TEV em 87%; o número que foi necessário tratar foi 3.
Conclusões: Este escore de risco de TEV foi eficaz na prevenção de mortes maternas por TEV, com baixa indicação de tromboprofilaxia. Idade materna, multiparidade, obesidade, infecções graves, gestações múltiplas e câncer foram os principais fatores de risco para TEV.
Abstract
Objectives: Hospitalization during pregnancy and childbirth increases the risk of Venous Thromboembolism Risk (VTE). This study applied a VTE risk score to all hospitalized pregnant women to ascertain its effectiveness in preventing maternal death from VTE until 3 months after discharge.
Methods: In this interventional study, patients were classified as low- or high-risk according to the VTE risk score (Clinics Hospital risk score). High-risk patients (score ≥ 3) were scheduled for pharmacological Thromboprophylaxis (TPX). Interaction analysis of the main risk factors was performed using Odds Ratio (OR) and Poisson regression with robust variance.
Results: The data of 10694 cases (7212 patients) were analyzed; 1626 (15.2%, 1000 patients) and 9068 (84.8%, 6212 patients) cases were classified as high-risk (score ≥ 3) and low-risk (score < 3), respectively. The main risk factors (Odds Ratio, 95% Confidence Interval) for VTE were age ≥ 35 and < 40 years (1.6, 1.4-1.8), parity ≥ 3 (3.5, 3.0-4.0), age ≥ 40 years (4.8, 4.1-5.6), multiple pregnancies (2.1, 1.7-2.5), BMI ≥ 40 kg/m2 (5.1, 4.3-6.0), severe infection (4.1, 3.3-5.1), and cancer (12.3, 8.8-17.2). There were 10 cases of VTE: 7/1636 (0.4%) and 3/9068 (0.03%) in the high- and low-risk groups, respectively. No patient died of VTE. The intervention reduced the VTE risk by 87%; the number needed to treat was 3.
Conclusions: This VTE risk score was effective in preventing maternal deaths from VTE, with a low indication for TPX. Maternal age, multiparity, obesity, severe infections, multiple pregnancies, and cancer were the main risk factors for VTE.