Explorando o medo de cometer erros clínicos: associações com fatores sociodemográficos e profissionais, esgotamento profissional e saúde mental entre profissionais da saúde – um estudo transversal nacional

Laurent Boyer
Albert W Wu
Sara Fernandes
Bach Tran
Yann Brousse
Tham Thi Nguyen
Dong Keon Yon
Pascal Auquier
Guillaume Lucas
Bastien Boussat
Guillaume Fond
Título original
Exploring the fear of clinical errors: associations with socio-demographic, professional, burnout, and mental health factors in healthcare workers – A nationwide cross-sectional study
Resumo

Explorando o medo de cometer erros clínicos: associações com fatores sociodemográficos e profissionais, esgotamento profissional e saúde mental entre profissionais da saúde – um estudo transversal nacional
Contexto: O medo de cometer erros clínicos entre profissionais da saúde é um aspecto pouco estudado da segurança do paciente. Este estudo procura descrever esse fenômeno entre profissionais da saúde e identificar suas associações com fatores sociodemográficos e profissionais, esgotamento profissional e saúde mental. Métodos: Realizamos um estudo transversal on-line, de alcance nacional, com profissionais da saúde da França, de maio a junho de 2021. O recrutamento foi feito através de redes sociais, redes profissionais e convites por e-mail. Para avaliar o medo de cometer erros clínicos, perguntamos aos profissionais da saúde: “Durante suas atividades diárias, com que frequência você tem medo de cometer um erro profissional que poderia comprometer a segurança do paciente?”. As respostas foram coletadas em uma escala de Likert com 7 pontos. Os profissionais foram classificados entre aqueles com “muito medo” (os que relatam sentir medo “uma vez por semana”, “algumas vezes por semana” ou “todos os dias”) ou “pouco medo” (aqueles que sentem medo com menor frequência). Usamos a regressão logística multivariada para analisar as associações entre o medo de cometer erros clínicos e fatores sociodemográficos e profissionais, esgotamento profissional e saúde mental. Utilizamos a modelagem de equações estruturais para explorar como esse medo se encaixa em um referencial teórico abrangente. Resultados: Recrutamos um total de 10.325 profissionais da saúde, dos quais 25,9% foram classificados como aqueles com “muito medo” (IC 95%: 25,0-26,7%). A análise multivariada revelou uma maior proporção de profissionais com “muito medo” entre homens, pessoas mais jovens e com menos experiência profissional. O fenômeno foi mais comum entre médicos e enfermeiros, em profissionais que trabalham em terapia intensiva e cirurgia, em turnos noturnos ou com horários irregulares. Encontramos associações significativas entre “muito medo” e esgotamento profissional, baixo apoio profissional, transtorno depressivo maior e distúrbios do sono. Conclusões: O medo de cometer erros clínicos está associado a fatores que também influenciam a segurança do paciente, destacando a importância dessa experiência. A incorporação dessa dimensão na avaliação da cultura de segurança do paciente pode fornecer esclarecimentos valiosos e orientar a melhoria proativa da segurança do paciente. 
 

Resumo original

Background: The fear of clinical errors among healthcare workers (HCW) is an understudied aspect of patient safety. This study aims to describe this phenomenon among HCW and identify associated socio-demographic, professional, burnout and mental health factors. Methods: We conducted a nationwide, online, cross-sectional study targeting HCW in France from May to June 2021. Recruitment was through social networks, professional networks, and email invitations. To assess the fear of making clinical errors, HCW were asked: “During your daily activities, how often are you afraid of making a professional error that could jeopardize patient safety?” Responses were collected on a 7-point Likert-type scale. HCW were categorized into “High Fear” for those who reported experiencing fear frequently (“once a week,” “a few times a week,” or “every day”), vs. “Low Fear” for less often. We used multivariate logistic regression to analyze associations between fear of clinical errors and various factors, including sociodemographic, professional, burnout, and mental health. Structural equation modeling was used to explore how this fear fits into a comprehensive theoretical framework. Results: We recruited a total of 10,325 HCW, of whom 25.9% reported “High Fear” (95% CI: 25.0–26.7%). Multivariate analysis revealed higher odds of “High Fear” among males, younger individuals, and those with less professional experience. High fear was more notable among physicians and nurses, and those working in critical care and surgery, on night shifts or with irregular schedules. Significant associations were found between “High Fear” and burnout, low professional support, major depressive disorder, and sleep disorders. Conclusions: Fear of clinical errors is associated with factors that also influence patient safety, highlighting the importance of this experience. Incorporating this dimension into patient safety culture assessment could provide valuable insights and could inform ways to proactively enhance patient safety. 
 

Revista
Frontiers in Public Health
Data de publicação
doi
10.3389/fpubh.2024.1423905.