Farpas e patadas: investigando a comunicação grosseira, depreciativa e agressiva entre médicos
A comunicação destrutiva é um problema dentro do NHS. No entanto, estudos anteriores concentraram-se no bullying. A comunicação grosseira, depreciativa e agressiva (GDA) entre médicos é um problema mais generalizado e pouco investigado. Realizamos um estudo de métodos mistos que combinou um inquérito e grupos focais para descrever o grau de comunicação GDA entre médicos, seu contexto e seu impacto subsequente. No total, entrevistamos 606 médicos de três hospitais universitários da Inglaterra. Realizamos dois grupos focais estruturados com médicos de um hospital universitário. Ao todo, 31% dos médicos afirmaram estarem sujeitos à comunicação GDA várias vezes por semana ou com frequência ainda maior, e médicos de escalões hierárquicos mais baixos são afetados duas vezes mais que os médicos chefes de equipe. A grosseria foi observada com mais frequência em especialidades específicas: radiologia, cirurgia geral, neurocirurgia e cardiologia. Para 40% dos participantes, a comunicação GDA afeta seus dias de trabalho de forma moderada ou severa. O contexto da comunicação GDA foi descrito ao longo de cinco temas: carga de trabalho, falta de apoio, segurança do paciente, hierarquia e cultura. O impacto da comunicação GDA foi descrito como pessoal, incluindo o sofrimento emocional e o abuso de substâncias, e profissional, incluindo a desmotivação. A comunicação GDA entre médicos é um comportamento generalizado e prejudicial, que ocorre em contextos comuns no cuidado de saúde. Reconhecer seu impacto sobre os médicos, e potencialmente sobre os pacientes, é fundamental para promover mudanças.
Destructive communication is a problem within the NHS; however previous research has focused on bullying. Rude, dismissive and aggressive (RDA) communication between doctors is a more widespread problem and underinvestigated. We conducted a mixed method study combining a survey and focus groups to describe the extent of RDA communication between doctors, its context and subsequent impact. In total, 606 doctors were surveyed across three teaching hospitals in England. Two structured focus groups were held with doctors at one teaching hospital. 31% of doctors described being subject to RDA communication multiple times per week or more often, with junior and registrar doctors affected twice as often as consultants. Rudeness was more commonly experienced from specific specialties: radiology, general surgery, neurosurgery and cardiology. 40% of respondents described that RDA moderately or severely affected their working day. The context for RDA communication was described in five themes: workload, lack of support, patient safety, hierarchy and culture. Impact of RDA communication was described as personal, including emotional distress and substance abuse, and professional, including demotivation. RDA communication between doctors is a widespread and damaging behaviour, occurring in contexts common in healthcare. Recognition of the impact on doctors and potentially patients is key to change.