Fronteiras nos fatores humanos: integrando os fatores humanos e a ergonomia para melhorar a segurança e a qualidade nos sistemas de saúde da América Latina
Contexto: A importância da área dos fatores humanos/ergonomia (FHE) está bem estabelecida em todos os sistemas de alta confiabilidade, mas os seus conceitos só passaram a ser aplicados no setor da saúde há relativamente pouco tempo. Em muitos setores, os países de renda baixa e média (PRBM) estão atrasados em relação aos países economicamente mais desenvolvidos na aplicação desta ciência da segurança, por falta de recursos e, em alguns casos, de conscientização e conhecimentos especializados. Em sua maioria, as aplicações anteriores de FHE estiveram relacionadas à ergonomia ocupacional, e não à segurança do cuidado de saúde. Métodos: Este artigo detalha como a reputação dos FHE está se desenvolvendo nas comunidades de saúde da América Latina, através de uma maior conscientização e compreensão de seu papel como uma ciência da segurança no setor da saúde. Começamos por articular a necessidade dos FHE e então apresentamos exemplos do México, Colômbia e Peru. Resultados: Os exemplos práticos de pesquisa e educação ilustram uma crescente conscientização sobre a relevância dos FHE para o setor da saúde em diferentes países da América Latina e uma apreciação de seu valor para melhorar a qualidade dos serviços de saúde e a segurança do paciente através do envolvimento da comunidade do setor da saúde. Em 2019 foi formada uma nova rede latino-americana de FHE em sistemas de saúde (RELAESA), que serviu como uma plataforma para o aconselhamento sobre FHE durante a pandemia de COVID-19. Conclusão: Existem oportunidades reais nos serviços de saúde da América Latina e de outros PRBM para avançar de forma mais rápida e sustentável no desenvolvimento dos FHE no cuidado de saúde, em comparação com o que foi observado nos serviços de saúde de países mais desenvolvidos.
Background: The importance of human factors/ergonomics (HFE) is well established in all high-reliability systems but only applied in the healthcare sector relatively recently. Across many sectors, low-/middle-income countries (LMICs) lag behind more economically developed countries in their application of this safety science, due to resource and, in some cases, awareness and expertise. Most previous applications of HFE related to occupational ergonomics rather than healthcare safety. Methods: The paper details how the reputation of HFE is being developed within healthcare communities of Latin America (LatAm), through increasing awareness and understanding of its role as safety science in the healthcare sector. It starts by articulating the need for HFE and then provides examples from Mexico, Colombia and Peru. Results: The practical examples for research and education illustrate a developing awareness of the relevance of HFE to the healthcare sectors in LatAm and an appreciation of its worth to improve health service quality and patient safety through healthcare community engagement. A new LatAm Network of HFE in Healthcare Systems (RELAESA) was formed in 2019, which has provided a platform for HFE advice during the COVID-19 pandemic. Conclusion: There is a real opportunity in LatAm and other LMIC health services to make more rapid and sustainable progress in healthcare-embedded HFE than has been experienced within healthcare services of more developed nations.