Higiene das mãos na unidade de terapia intensiva

WIDMER, A. F. ; TSCHUDIN-SUTTER, S. ; PARGGER, H.
Título original:
Hand hygiene in the intensive care unit
Resumo:

As infecções associadas ao cuidado de saúde afetam 1,4 milhões de pacientes a qualquer momento em todo o mundo, conforme uma estimativa da Organização Mundial da Saúde. Em unidades de terapia intensiva, o impacto das infecções associadas ao cuidado de saúde aumenta consideravelmente, causando morbidade e mortalidade adicionais. Estas infecções muitas vezes envolvem patógenos multirresistentes, o que dificulta o tratamento efetivo. A higiene adequada das mãos é o meio mais importante, simples e barato de prevenir infecções associadas ao cuidado de saúde. Além disso, é igualmente importante impedir a transmissão de patógenos multirresistentes. Segundo as diretrizes dos Centers for Disease Control and Prevention e da Organização Mundial da Saúde sobre higiene das mãos no cuidado de saúde, as soluções à base de álcool devem ser usadas como o meio preferencial para a antissepsia de rotina das mãos. Os alcoóis têm uma excelente atividade in vitro contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, inclusive patógenos multirresistentes como Staphylococcus aureus resistente à meticilina e enterococos resistentes à vancomicina, Mycobacterium tuberculosis, diversos fungos e a maioria dos vírus. Entretanto, no caso de alguns patógenos, tais como Clostridium difficile, Bacillus anthracis e norovírus, podem ser necessárias medidas especiais de higiene das mãos. A ausência de equipamentos de fácil utilização para higiene das mãos e a escassez de pessoal são previsores da não-adesão, especialmente em unidades de terapia intensiva. Portanto, algumas abordagens práticas para promover a higiene das mãos na unidade de terapia intensiva são a provisão de um número mínimo de aplicadores de soluções à base de álcool por leito, o monitoramento da adesão e a escolha do produto mais atraente. A falta de conhecimentos sobre diretrizes para a higiene das mãos, o não-reconhecimento de oportunidades de higiene das mãos durante o cuidado com o paciente e a baixa conscientização sobre o risco de transmissão cruzada de patógenos constituem barreiras à implementação de boas práticas de higiene das mãos. Programas multidisciplinares para promover o uso de soluções à base de álcool levam a uma maior adesão, por parte dos profissionais da saúde, às práticas recomendadas de higiene das mãos e a uma menor prevalência de infecções hospitalares.

Resumo Original:

Healthcare-associated infections affect 1.4 million patients at any time worldwide, as estimated by the World Health Organization. In intensive care units, the burden of healthcare-associated infections is greatly increased, causing additional morbidity and mortality. Multidrug-resistant pathogens are commonly involved in such infections and render effective treatment challenging. Proper hand hygiene is the single most important, simplest, and least expensive means of preventing healthcare-associated infections. In addition, it is equally important to stop transmission of multidrug-resistant pathogens. According to the Centers for Disease Control and Prevention and World Health Organization guidelines on hand hygiene in health care, alcohol-based handrub should be used as the preferred means for routine hand antisepsis. Alcohols have excellent in vitro activity against Gram-positive and Gram-negative bacteria, including multidrug-resistant pathogens, such as methicillin-resistant Staphylococcus aureus and vancomycin-resistant enterococci, Mycobacterium tuberculosis, a variety of fungi, and most viruses. Some pathogens, however, such as Clostridium difficile, Bacillus anthracis, and noroviruses, may require special hand hygiene measures. Failure to provide user friendliness of hand hygiene equipment and shortage of staff are predictors for noncompliance, especially in the intensive care unit setting. Therefore, practical approaches to promote hand hygiene in the intensive care unit include provision of a minimal number of handrub dispensers per bed, monitoring of compliance, and choice of the most attractive product. Lack of knowledge of guidelines for hand hygiene, lack of recognition of hand hygiene opportunities during patient care, and lack of awareness of the risk of cross-transmission of pathogens are barriers to good hand hygiene practices. Multidisciplinary programs to promote increased use of alcoholic handrub lead to an increased compliance of healthcare workers with the recommended hand hygiene practices and a reduced prevalence of nosocomial infections.

Fonte:
Critical Care Medicine ; 38(8 Suppl): S299-S305; 2010. DOI: 10.1097/CCM.0b013e3181e6a23f.
DECS:
alcoois , anti-infecciosos, bacillus anthracis, antraz , infecções por caliciviridae, infecção hospitalar, desinfecção das mãos, clostridium difficile