Identificação pelo paciente de pontos cegos de segurança diagnóstica e participação em "good catches" através do compartilhamento de anotações de consultas

Sigall K Bell ; Fabienne Bourgeois ; Joe Dong ; Alex Gillespi ; Longo H Ngo ; Leitor Tom W ; Eric J Thomas
Título original:
Patient Identification of Diagnostic Safety Blindspots and Participation in "Good Catches" Through Shared Visit Notes
Resumo:

Os pacientes e as famílias podem identificar erros clinicamente relevantes, incluindo "pontos cegos" - riscos de segurança difíceis de serem vistos por clínicos ou organizações. A transparência das informações de saúde, incluindo o acesso do paciente a anotações eletrônicas, agora obrigatório pelo governo federal nos EUA e objeto de debate político em todo o mundo, cria uma nova oportunidade para envolver os pacientes na segurança diagnóstica. No entanto, nem todos os pacientes acessam as anotações. A identificação de pontos cegos pelo paciente em suas anotações ressalta a necessidade de envolver os pacientes interessados, de forma sistemática e equitativa, na segurança, promover "good catches" pelo paciente e estabelecer sistemas de rotina para feedback do paciente para ajudar a evitar erros e atrasos evitáveis de diagnóstico. Contexto: Mudanças nas políticas direcionadas à transparência das informações de saúde proporcionam uma nova oportunidade para os pacientes contribuírem para a segurança do diagnóstico. Investigamos se o compartilhamento de anotações clínicas com os pacientes pode auxiliar na identificação de "pontos cegos de segurança diagnóstica" - falhas potencialmente consequentes no processo diagnóstico que podem ser difíceis de serem observadas pelos profissionais clínicos. MÉTODO: Usamos métodos mistos para analisar erros de documentação ambulatorial relatados por pacientes entre 22.889 pacientes em três centros de saúde dos EUA que leram ≥ 1 anotação(ões) de consulta. Identificamos pontos cegos adaptando uma taxonomia previamente estabelecida. Utilizamos análise de regressão múltipla para identificar fatores associados à identificação de pontos cegos. RESULTADOS: 774 pacientes relataram um total de 962 pontos cegos em 4 categorias: (1) desvios no diagnóstico (n = 421, 43,8%), incluindo sintomas ou históricos imprecisos e falhas ou atraso no diagnóstico; (2) erros de omissão (38,1%), incluindo principais preocupações não atendidas ou próximas etapas esquecidas, e falha em ouvir os pacientes; (3) problemas que ocorrem fora das consultas (14,3%), como testes, encaminhamentos ou acesso a consultas; e (4) múltiplos problemas de nível inferior (3,7%) desencadeando problemas nos diagnósticos. Muitos pacientes atuaram nos pontos cegos que identificaram, resultando em "good catches" que podem evitar possíveis consequências negativas. Pacientes mais velhos, do sexo feminino, mais doentes, desempregados ou incapazes, ou aqueles que trabalham em cuidados de saúde tinham maior probabilidade de identificar um ponto cego. Indivíduos que informaram menos educação formal; aqueles que se identificaram como negros, asiáticos, outros ou de várias raças; e os participantes que protelavam a tomada de decisão pelos prestadores eram menos propensos a relatar um ponto cego. CONCLUSÃO: Os pacientes que leem anotações têm uma visão única sobre possíveis erros em seus prontuários que poderiam afetar o raciocínio diagnóstico, mas podem não ser conhecidos pelos clínicos - ressaltando um papel crítico dos pacientes na segurança diagnóstica e na aprendizagem organizacional. Do ponto de vista de política, as organizações devem incentivar a revisão das anotações de consultas pelos pacientes, construir sistemas para rastrear pontos cegos relatados por eles e promover a equidade no acesso às anotações e nas notificações de pontos cegos.
 

Resumo Original:

Policy Points Patients and families can identify clinically relevant errors, including "blindspots"-safety hazards that are difficult for clinicians or organizations to see. Health information transparency, including patient access to electronic visit notes, now federally mandated in the US and the subject of policy debate worldwide, creates a new opportunity to engage patients in diagnostic safety. However, not all patients access notes. Patient identification of blindspots in their notes underscores the need to systematically and equitably engage willing patients in safety, promote patient "good catches," and establish routine systems for patient feedback to help avoid preventable diagnostic errors and delays. CONTEXT: Policy shifts toward health information transparency provide a new opportunity for patients to contribute to diagnostic safety. We investigated whether sharing clinical notes with patients can support identification of "diagnostic safety blindspots"-potentially consequential breakdowns in the diagnostic process that may be difficult for clinical staff to observe. METHOD: We used mixed methods to analyze patient-reported ambulatory documentation errors among 22,889 patients at three US health care centers who read ≥ 1 visit note(s). We identified blindspots by tailoring a previously established taxonomy. We used multiple regression analysis to identify factors associated with blindspot identification. FINDINGS: 774 patients reported a total of 962 blindspots in 4 categories: (1) diagnostic misalignments (n = 421, 43.8%), including inaccurate symptoms or histories and failures or delay in diagnosis; (2) errors of omission (38.1%) including missed main concerns or next steps, and failure to listen to patients; (3) problems occurring outside visits (14.3%) such as tests, referrals, or appointment access; and (4) multiple low-level problems (3.7%) cascading into diagnostic breakdowns. Many patients acted on the blindspots they identified, resulting in "good catches" that may prevent potential negative consequences. Older, female, sicker, unemployed or disabled patients, or those who work in health care were more likely to identify a blindspot. Individuals reporting less formal education; those self-identifying as Black, Asian, other, or multiple races; and participants who deferred decision-making to providers were less likely to report a blindspot. CONCLUSION: Patients who read notes have unique insight about potential errors in their medical records that could impact diagnostic reasoning but may not be known to clinicians-underscoring a critical role for patients in diagnostic safety and organizational learning. From a policy standpoint, organizations should encourage patient review of visit notes, build systems to track patient-reported blindspots, and promote equity in note access and blindspot reporting.

Fonte:
The Milbank Quarterly ; 100(4): 1121-1165; 2023. DOI: 10.1111/1468-0009.12593..