Introdução: O erro de medicação contribui de maneira importante para a morbidade e a mortalidade, estando associado a medidas inadequadas de segurança do paciente. Entretanto, faltam ferramentas de segurança da prescrição elaboradas especificamente para uso na prática generalista.
Objetivo: Identificar e atualizar um conjunto de indicadores de segurança da prescrição para aferir tal segurança na prática generalista e para estimar o risco de dano aos pacientes associado a cada indicador.
Desenho e ambiente: Desenvolvimento de indicadores através do método de consenso RAND/UCLA na prática generalista do Reino Unido.
Método: A partir de uma revisão sistemática e de um exercício prévio de consenso, foram identificados indicadores de prescrição. O RAND Appropriateness Method foi usado para identificar e desenvolver os indicadores através de um método Delphi eletrônico, que classificou o risco a eles associado. Doze médicos generalistas de todos os países do Reino Unido participaram do exercício RAND e onze deles classificaram o risco através do método Delphi eletrônico.
Resultados: Cinquenta e seis indicadores de segurança da prescrição foram considerados apropriados para inclusão (mediana global do painel de 7-9, com consenso). Esses indicadores englobam a prescrição de risco relacionada a uma gama de indicações terapêuticas, interações medicamentosas perigosas e monitoramento inadequado de exames laboratoriais. Vinte e três (41%) desses indicadores foram considerados de alto ou extremo risco por 80% ou mais dos participantes.
Conclusão: Este estudo identificou um conjunto de 56 indicadores que foram considerados, por um painel de médicos generalistas, apropriados para aferir a segurança da prescrição dos médicos generalistas. Vinte e três desses indicadores foram considerados associados a alto ou extremo risco para os pacientes e devem ser o foco dos esforços para melhorar a segurança do paciente.
Background: Medication error is an important contributor to patient morbidity and mortality and is associated with inadequate patient safety measures. However, prescribing-safety tools specifically designed for use in general practice are lacking.
Aim: To identify and update a set of prescribing-safety indicators for assessing the safety of prescribing in general practice, and to estimate the risk of harm to patients associated with each indicator.
Design and Setting: RAND/UCLA consensus development of indicators in UK general practice.
Method: Prescribing indicators were identified from a systematic review and previous consensus exercise. The RAND Appropriateness Method was used to further identify and develop the indicators with an electronic-Delphi method used to rate the risk associated with them. Twelve GPs from all the countries of the UK participated in the RAND exercise, with 11 GPs rating risk using the electronic-Delphi approach.
Results: Fifty-six prescribing-safety indicators were considered appropriate for inclusion (overall panel median rating of 7-9, with agreement). These indicators cover hazardous prescribing across a range of therapeutic indications, hazardous drug-drug combinations and inadequate laboratory test monitoring. Twenty-three (41%) of these indicators were considered high risk or extreme risk by 80% or more of the participants.
Conclusion: This study identified a set of 56 indicators that were considered, by a panel of GPs, to be appropriate for assessing the safety of GP prescribing. Twenty-three of these indicators were considered to be associated with high or extreme risk to patients and should be the focus of efforts to improve patient safety.
Keywords: ambulatory care; consensus; general practice; medication errors; patient safety; primary health care; quality indicators