Incidência de COVID longa em pessoas com infecção prévia por SARS-CoV-2: uma revisão sistemática e metanálise com 120.970 pacientes

Francesco Di Gennaro ; Alessandra Belati ; Ottavia Tulone ; Lucia Diella ; Davide Fiore Bavaro ; Roberta Bonica ; Vincenzo Genna
Título original:
Incidence of long COVID-19 in people with previous SARS-Cov2 infection: a systematic review and meta-analysis of 120,970 patients
Resumo:

Resumo
A doença do coronavírus de 2019 (COVID-19) provavelmente acarreta consequências a longo prazo em muitos pacientes, mas os dados até o momento são inconclusivos. Por isso, procuramos estabelecer a incidência de sinais e sintomas de longo prazo da COVID-19, conforme definida pela Organização Mundial da Saúde, realizando uma revisão sistemática e metanálise de estudos observacionais. Realizamos uma pesquisa sistemática em várias bases de dados até 12 de janeiro de 2022 em busca de estudos observacionais que avaliassem a incidência cumulativa de sinais e sintomas de COVID longa, divididos de acordo com os sistemas corporais afetados. Apresentamos os dados como incidências com seus intervalos de confiança (ICs) de 95%. Realizamos diversas análises de sensibilidade e metarregressão. Fizemos a triagem de 11.162 artigos e incluímos 196 na revisão, contendo um total de 120.970 participantes (idade média: 52,3 anos; 48,8% do sexo feminino), acompanhados durante um período mediano de seis meses. A incidência de qualquer sintomatologia de COVID longa foi de 56,9% (IC 95% 52,2-61,6). Os sinais e sintomas gerais de COVID longa foram os mais frequentes (incidência de 31%), e problemas digestivos foram os menos frequentes (7,7%). A presença de qualquer sintoma neurológico, geral ou cardiovascular de COVID longa foi mais frequente em mulheres. Uma maior idade média esteve associada a uma maior incidência de condições psiquiátricas, respiratórias, gerais, digestivas e cutâneas. A incidência de sintomas de COVID longa variou de acordo com o continente e o tempo de acompanhamento. A COVID longa é uma condição comum em pacientes que foram infectados pelo SARS-CoV-2, independentemente da gravidade da doença aguda, sendo necessários mais estudos de coorte para avaliar este tema.
 

Resumo Original:

Abstract
The long-term consequences of the coronavirus disease 19 (COVID-19) are likely to be frequent but results hitherto are inconclusive. Therefore, we aimed to define the incidence of long-term COVID signs and symptoms as defined by the World Health Organization, using a systematic review and meta-analysis of observational studies. A systematic search in several databases was carried out up to 12 January 2022 for observational studies reporting the cumulative incidence of long COVID signs and symptoms divided according to body systems affected. Data are reported as incidence and 95% confidence intervals (CIs). Several sensitivity and meta-regression analyses were performed. Among 11,162 papers initially screened, 196 were included, consisting of 120,970 participants (mean age: 52.3 years; 48.8% females) who were followed-up for a median of six months. The incidence of any long COVID symptomatology was 56.9% (95% CI 52.2-61.6). General long COVID signs and symptoms were the most frequent (incidence of 31%) and digestive issues the least frequent (7.7%). The presence of any neurological, general and cardiovascular long COVID symptomatology was most frequent in females. Higher mean age was associated with higher incidence of psychiatric, respiratory, general, digestive and skin conditions. The incidence of long COVID symptomatology was different according to continent and follow-up length. Long COVID is a common condition in patients who have been infected with SARS-CoV-2, regardless of the severity of the acute illness, indicating the need for more cohort studies on this topic.

Fonte:
Internal and Emergency Medicine ; 18(5): 1573-1581; 2024. DOI: 10.1007/s11739-022-03164-w.