Objetivos: Existem poucas orientações sobre como promover de forma eficaz a cultura de segurança em ambientes de saúde. Realizamos uma revisão sistemática para identificar intervenções que permitam promover a cultura de segurança especificamente em ambientes oncológicos.
Métodos: Combinamos Medical Subject Headings e texto livre para pesquisar "cultura de segurança" e "cuidado do câncer", realizando buscas estruturadas nas bases de dados MEDLINE, EMBASE, CDSR, CINAHL, Cochrane CENTRAL, PsycINFO, Scopus e Web of Science para identificar artigos submetidos à revisão por pares e publicados de 1999 a 2021. Para serem incluídos, os artigos deveriam avaliar uma intervenção de cultura de segurança em um ambiente oncológico usando um desenho de estudo randomizado ou não randomizado, do tipo pré/pós-intervenção (controlado ou não), uma série temporal interrompida ou medidas repetidas. A revisão seguiu as diretrizes PRISMA; a qualidade das citações incluídas foi avaliada usando a ferramenta ROBINS-I para verificar o risco de vieses.
Resultados: Ao todo, 18 artigos que atenderam aos critérios de inclusão foram retidos, descrevendo intervenções na área da radioterapia (14 de 18), oncologia clínica (3 de 18) ou oncologia geral (1 de 18). Em sua maioria, os artigos abordaram sistemas de aprendizado com incidentes (7 de 18), iniciativas Lean (4 de 18) ou programas de melhoria da qualidade (3 de 18). Embora 72% dos estudos tenham relatado melhorias na cultura de segurança, houve heterogeneidade substancial nas abordagens de avaliação; as taxas de notificação de eventos adversos (9 de 18) e os resultados de inquéritos da Agency for Healthcare Research and Quality Safety Culture (9 de 18) foram as medidas usadas com mais frequência. A maioria dos estudos apresentou um risco de vieses moderado (28%) ou elevado (67%).
Conclusões: Apesar de uma base crescente de evidências sobre intervenções para promover a cultura de segurança no cuidado do câncer, é difícil fazer recomendações definitivas devido à heterogeneidade nos desenhos e resultados dos estudos. A implementação de sistemas de aprendizado com incidentes parece ser a abordagem mais promissora.
Objectives: There is limited guidance on how to effectively promote safety culture in health care settings. We performed a systematic review to identify interventions to promote safety culture, specifically in oncology settings.
Methods: Medical Subject Headings and text words for "safety culture" and "cancer care" were combined to conduct structured searches of MEDLINE, EMBASE, CDSR, CINAHL, Cochrane CENTRAL, PsycINFO, Scopus, and Web of Science for peer-reviewed articles published from 1999 to 2021. To be included, articles had to evaluate a safety culture intervention in an oncology setting using a randomized or nonrandomized, pre-post (controlled or uncontrolled), interrupted time series, or repeated-measures study design. The review followed PRISMA guidelines; quality of included citations was assessed using the ROBINS-I risk of bias tool.
Results: Eighteen articles meeting the inclusion criteria were retained, reporting on interventions in radiation (14 of 18), medical (3 of 18), or general oncology (1 of 18) settings. Articles most commonly addressed incident learning systems (7 of 18), lean initiatives (4 of 18), or quality improvement programs (3 of 18). Although 72% of studies reported improvement in safety culture, there was substantial heterogeneity in the evaluation approach; rates of reporting of adverse events (9 of 18) or Agency for Healthcare Research and Quality Safety Culture survey results (9 of 18) were the most commonly used metrics. Most of the studies had moderate (28%) or severe (67%) risk of bias.
Conclusions: Despite a growing evidence base describing interventions to promote safety culture in cancer care, definitive recommendations were difficult to make because of heterogeneity in study designs and outcomes. Implementation of incident learning systems seems to hold most promise.