Intervenção para assegurar o uso correto de medicamentos por pacientes idosos: um estudo de viabilidade não randomizado em pacientes internados e residentes durante as transições do cuidado de saúde
Intervenção para assegurar o uso correto de medicamentos por pacientes idosos: um estudo de viabilidade não randomizado em pacientes internados e residentes durante as transições do cuidado de saúde
Contexto: As discrepâncias na medicação durante as transições do cuidado de saúde e a falta de adesão à farmacoterapia são questões problemáticas. Poucas intervenções consideram o processo como um todo, do hospital ao uso de medicamentos pelo paciente em casa.
Objetivo: Em preparação para estudos clínicos randomizados (ECRs), este estudo procurou (1) investigar a viabilidade do recrutamento e retenção de pacientes, bem como da coleta de dados, para reduzir as discrepâncias de medicação no momento da alta hospitalar e melhorar a adesão à medicação e (2) explorar os resultados das intervenções.
Métodos: Os participantes foram recrutados em um hospital e uma área residencial. Os pacientes hospitalares participaram de uma intervenção liderada por farmacêuticos para estabelecer uma lista correta de medicamentos no momento da alta hospitalar, realizando então uma entrevista de acompanhamento duas semanas após a alta. Todos os participantes receberam uma intervenção centrada na pessoa para promover a adesão por três a seis meses. Avaliamos discrepâncias nas listas de medicamentos e aplicamos o Questionário sobre Crenças relativas a Medicamentos (Beliefs about Medicines Questionnaire, BMQ-S) e a Escala de Notificação da Adesão à Medicação (Medication Adherence Report Scale, MARS-5).
Resultados: Dos 87 pacientes convidados a participar, 35 foram incluídos e 12 completaram o estudo. Foi possível identificar discrepâncias, discuti-las com os médicos e realizar entrevistas de acompanhamento. Também foi possível conduzir a intervenção para promover a adesão, criando planos individuais para o uso de medicamentos. Entre os sete pacientes hospitalares, foram identificadas 24 discrepâncias. Os médicos responsáveis pela alta hospitalar concordaram que todas as discrepâncias constituíam erros, mas só dez discrepâncias foram corrigidas nas informações de alta. Em 10 participantes foi observada uma diminuição na pontuação total relacionada à preocupação quanto ao uso de medicamentos no questionário BMQ-S, e em 7 foi observado um aumento na pontuação total na escala MARS-5.
Conclusão: Com base neste estudo, a condução de dois ECRs separados pode aumentar a taxa de inclusão. A coleta de dados foi viável. Ambas as intervenções foram viáveis em muitos aspectos, mas precisam ser otimizadas quando utilizadas nos ECRs.
Background: Medication discrepancies in care transitions and medication non-adherence are problematic. Few interventions consider the entire process, from the hospital to the patient's medication use at home.
Aim: In preparation for randomised controlled trials (RCTs), this study aimed (1) to investigate the feasibility of recruitment and retention of patients, and data collection to reduce medication discrepancies at discharge and improve medication adherence, and (2) to explore the outcomes of the interventions.
Method: Participants were recruited from a hospital and a residential area. Hospital patients participated in a pharmacist-led intervention to establish a correct medication list upon discharge and a follow-up interview two weeks post-discharge. All participants received a person-centred adherence intervention for three to six months. Discrepancies in the medication lists, the Beliefs about Medicines Questionnaire (BMQ-S), and the Medication Adherence Report Scale (MARS-5) were assessed.
Results: Of 87 asked to participate, 35 were included, and 12 completed the study. Identifying discrepancies, discussing discrepancies with physicians, and performing follow-up interviews were possible. Conducting the adherence intervention was also possible using individual health plans for medication use. Among the seven hospital patients, 24 discrepancies were found. Discharging physicians agreed that all discrepancies were errors, but only ten were corrected in the discharge information. Ten participants decreased their total BMQ-S concern scores, and seven increased their total MARS-5 scores.
Conclusion: Based on this study, conducting the two RCTs separately may increase the inclusion rate. Data collection was feasible. Both interventions were feasible in many aspects but need to be optimised in upcoming RCTs.