ISBAR como uma ferramenta estruturada para a passagem de caso do paciente durante a recuperação pós-operatória
OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi investigar a interação nas passagens de casos entre a anestesia e a sala de recuperação e examinar o efeito do uso da estrutura de Identificação, Situação, Contexto, Avaliação e Recomendação (ISBAR) como uma ferramenta de diálogo estruturado durante a transferência. DESENHO: Um projeto prospectivo de melhoria da qualidade com pré/pós-avaliação. MÉTODOS: Foram observadas 50 passagens de caso na unidade de cuidados pós-anestésicos e coletados dados referentes aos parâmetros associados à técnica ISBAR. Ambos os enfermeiros anestesistas licenciados certificados e enfermeiros registrados (ER) da unidade de cuidados pós-anestésicos foram posteriormente perguntados sobre sua satisfação com a passagem de caso por meio de um questionário eletrônico. Após seis meses, o questionário foi repetido, e 50 observações foram realizadas de forma idêntica às observações de linha de base. RESULTADOS: Os resultados mostraram que, do período da linha de base até o do follow-up, os enfermeiros estavam mais preparados para receber o paciente (de 84% a 95%), liam os prontuários do paciente com mais frequência (de 18% a 54%) e eram designados para os pacientes desde o início (de 86% a 100%). O conteúdo da passagem de caso oral foi mais estruturado usando a ISBAR, e as passagens se tornaram mais concentradas e sem perturbações (de 12% a 86%). Na linha de base, os enfermeiros anestesistas certificados estavam mais satisfeitos com a passagem de caso do que os enfermeiros (diferença de 38%). No follow-up, não houve discrepância entre os dois grupos. CONCLUSÕES: O conhecimento e o foco na passagem de caso verbal influenciam a comunicação, a eficácia da equipe e a qualidade das passagens. A abordagem estruturada ISBAR reduziu os distúrbios na passagem de caso, porque todos os envolvidos tinham uma expectativa clara dos diferentes itens a serem revisados e tinham menos propensão a interromper para questionamentos ou esclarecimentos. O uso da ISBAR como uma ferramenta estruturada, juntamente com as mudanças organizacionais, pode melhorar a qualidade da passagem de caso de pacientes e, assim, melhorar a segurança do paciente.
PURPOSE: The purpose of this study was to investigate interaction in the handovers between anesthesia and the recovery room and to examine the effect of using the Identification, Situation, Background, Analysis, and Recommendation (ISBAR) instrument as a structured dialogue tool during hand over. DESIGN: A prospective quality improvement project with pre/post assessment. METHODS: Fifty handovers in the postanaesthesia care unit were observed. Data were collected regarding parameters associated with ISBAR. Both certified registered nurse anesthetists and registered nurses (RNs) from postanaesthesia care unit were subsequently asked about their satisfaction with the handover via an electronic questionnaire survey. After 6 months, the questionnaire survey was repeated, and 50 observations were conducted identical to the baseline observations. FINDINGS: Results showed that from baseline to follow-up, RNs were more prepared to receive the patient (from 84% to 95%), read the patient records more frequently (from 18% to 54%), and were assigned to patients from the start of the day (from 86% to 100%). The content of the oral handover was more structured using the ISBAR, and handovers became more concentrated and undisturbed (from 12% to 86%). At baseline, certified registered nurse anesthetists were more satisfied with the handover than RNs (38% difference). At the follow-up, there was no discrepancy between the two groups. CONCLUSIONS: Knowledge and focus on the verbal handover influence communication, team effectiveness, and quality of handovers. The ISBAR structured approach reduced disturbances to handover because everybody involved had a clear expectation of the different items to be reviewed and were less likely to interrupt to question or clarify. Using ISBAR as a structured tool along with organizational changes can improve the quality of patient handover and thereby improve patient safety.
