Medição e monitoramento da segurança do paciente no cuidado pré-hospitalar: uma revisão sistemática

Paul O’connor ; Roisin O’malley ; Anne-Marie Oglesby ; Kathryn Lambe ; Sinéad Lydon
Título original:
Measurement and monitoring patient safety in prehospital care: a systematic review
Resumo:

CONTEXTO: O cuidado pré-hospitalar é potencialmente perigoso, com o risco de que os pacientes sofram eventos adversos. No entanto, sabe-se pouco sobre como a segurança do paciente é gerida nesses ambientes, especialmente em comparação com o cuidado secundário. OBJETIVOS: Os objetivos desta revisão sistemática foram identificar e classificar os métodos de medição e monitoramento da segurança do paciente empregados no cuidado pré-hospitalar, usando as cinco dimensões do referencial Measuring and Monitoring Safety (MMS). Esta classificação foi utilizada para identificar onde existem “pontos cegos” de segurança e fazer recomendações sobre como estas deficiências poderiam ser abordadas. MÉTODOS: Fizemos pesquisas nas bases de dados Medline, PsycInfo, CINAHL, Web of Science e Academic Search em janeiro de 2020, sem limite quanto ao ano de publicação. Também examinamos as listas de referências dos estudos incluídos e de revisões existentes. Incluímos estudos em inglês, submetidos à revisão por pares, relacionados à medição e ao monitoramento da segurança no cuidado pré-hospitalar. Dois pesquisadores extraíram os dados dos estudos de forma independente e aplicaram uma ferramenta de avaliação da qualidade, a Quality Assessment Tool for Studies with Diverse Designs. RESULTADOS: Fizemos a triagem de 5.301 estudos, incluindo 52 na revisão. Ao todo, 73% (38/52) dos estudos avaliaram os danos passados; 25% (13/52), a confiabilidade dos processos críticos de segurança; 1,9% (1/52), a sensibilidade às operações; 38,5% (20/52), a antecipação e preparação; e 5,8% (3/52), a integração e aprendizagem. Foram usados 67 métodos de medição e monitoramento da segurança em todos os estudos incluídos. Destes métodos, 38,8% (26/67) foram inquéritos, 29,9% (20/67) foram revisões dos prontuários de pacientes, 14,9% (10/67) foram sistemas de notificação de incidentes, 11,9% (8/67) foram entrevistas ou grupos focais e 4,5% (3/67) foram listas de verificação. CONCLUSÕES: Não existe um método único para medir e monitorar a segurança no cuidado pré-hospitalar. É provável que, em sua maioria, os sistemas de monitoramento da segurança tenham evoluído ao longo do tempo, em vez de terem sido projetados. Isto cria pontos cegos de segurança nos quais faltam informações, ou então são feitos esforços redundantes e duplicados. Sugerimos que os resultados desta revisão sistemática, fundamentados no referencial MMS, podem fornecer uma estrutura para pensar criticamente sobre como a segurança está sendo medida e monitorada no cuidado pré-hospitalar. Isto apoiará a criação de um sistema de vigilância da segurança que permita compreender de forma abrangente o que está sendo bem feito, as melhorias que devem ser executadas e se as intervenções de segurança tiveram o efeito desejado.

Resumo Original:

BACKGROUND: Prehospital care is potentially hazardous with the possibility for patients to experience an adverse event. However, as compared to secondary care, little is known about how patient safety is managed in prehospital care settings. OBJECTIVES: The objectives of this systematic review were to identify and classify the methods of measuring and monitoring patient safety that have been used in prehospital care using the five dimensions of the Measuring and Monitoring Safety (MMS) framework and use this classification to identify where there are safety 'blind spots' and make recommendations for how these deficits could be addressed. METHODS: Searches were conducted in January 2020, with no limit on publication year, using Medline, PsycInfo, CINAHL, Web of Science and Academic Search. Reference lists of included studies and existing related reviews were also screened. English-language, peer-reviewed studies concerned with measuring and monitoring safety in prehospital care were included. Two researchers independently extracted data from studies and applied a quality appraisal tool (the Quality Assessment Tool for Studies with Diverse Designs). RESULTS: A total of 5301 studies were screened, with 52 included in the review. A total of 73% (38/52) of the studies assessed past harm, 25% (13/52) the reliability of safety critical processes, 1.9% (1/52) sensitivity to operations, 38.5% (20/52) anticipation and preparedness and 5.8% (3/52) integration and learning. A total of 67 methods for measuring and monitoring safety were used across the included studies. Of these methods, 38.8% (26/67) were surveys, 29.9% (20/67) were patient records reviews, 14.9% (10/67) were incident reporting systems, 11.9% (8/67) were interviews or focus groups and 4.5% (3/67) were checklists. CONCLUSIONS: There is no single method of measuring and monitoring safety in prehospital care. Arguably, most safety monitoring systems have evolved, rather than been designed. This leads to safety blind spots in which information is lacking, as well as to redundancy and duplication of effort. It is suggested that the findings from this systematic review, informed by the MMS framework, can provide a structure for critically thinking about how safety is being measured and monitored in prehospital care. This will support the design of a safety surveillance system that provides a comprehensive understanding of what is being done well, where improvements should be made and whether safety interventions have had the desired effect.

Fonte:
International Journal for Quality in Health Care : Journal of the International Society for Quality in Health Care / ISQua. ; 33(1): 2021. DOI: 10.1093/intqhc/mzab013..