Melhorando a qualidade do cuidado na saúde materna e neonatal: estudo-piloto prospectivo do programa da OMS Lista de Verificação de Segurança no Parto
Contexto: A maior parte das mortes maternas, dos natimortos por problemas intraparto e das mortes neonatais em países de baixa renda é evitável. No entanto, ainda não foram concebidos métodos simples e efetivos para melhorar a segurança dos partos ocorridos nos serviços de saúde. Intervenções baseadas em listas de verificação auxiliam o gerenciamento de tarefas complexas ou negligenciadas. Foi demonstrado que essas intervenções reduzem a ocorrência de danos no cuidado de saúde. Neste estudo, partimos da hipótese de que a implementação do programa da OMS Lista de Verificação de Segurança no Parto, um novo programa de segurança para partos realizados em serviços de saúde que utiliza uma lista de verificação de 29 itens, aumentaria a realização de práticas essenciais relacionadas a melhores resultados de saúde maternos e perinatais.
Métodos e achados: Realizamos um estudo-piloto do tipo pré/pós-intervenção em uma maternidade de nível subdistrital em Karnataka, na Índia, entre julho e dezembro de 2010. Observamos prospectivamente o trabalho de profissionais de saúde que cuidam de mulheres e neonatos durante 499 partos consecutivos e o comparamos com as práticas observadas durante 795 partos consecutivos após a introdução do programa da OMS Lista de Verificação de Segurança no Parto. Avaliamos 29 práticas essenciais destinadas a combater as principais causas de mortalidade relacionadas ao parto, como a higienização das mãos e a administração de uterotônicos. O desfecho primário foi a taxa média de uso correto das práticas essenciais por profissionais de saúde durante o parto. O uso de práticas essenciais a cada parto aumentou de uma média de 10 dentre 29 práticas durante a linha de base (IC 95%, 9,4, 10,1) para uma média de 25 dentre 29 práticas após a introdução do programa (IC 95%, 24,6, 25,3, p < 0,001). Observou-se uma melhoria significativa no uso de 28 das 29 práticas. Não ocorreram resultados adversos relacionados à intervenção. As limitações do estudo são seu desenho do tipo pré/pós-intervenção, a potencial ocorrência do efeito de Hawthorne e o foco em processos de cuidado, em vez de em resultados de saúde.
Conclusões: A introdução do programa da OMS Lista de Verificação de Segurança no Parto melhorou acentuadamente o uso de práticas essenciais de segurança por profissionais de saúde. Estudos futuros determinarão se o programa pode ser implementado em grande escala e melhorar os resultados na saúde.
Background: Most maternal deaths, intrapartum-related stillbirths, and newborn deaths in low income countries are preventable but simple, effective methods for improving safety in institutional births have not been devised. Checklist-based interventions aid management of complex or neglected tasks and have been shown to reduce harm in healthcare. We hypothesized that implementation of the WHO Safe Childbirth Checklist program, a novel childbirth safety program for institutional births incorporating a 29-item checklist, would increase delivery of essential childbirth practices linked with improved maternal and perinatal health outcomes.
Methods and Findings: A pilot, pre-post-intervention study was conducted in a sub-district level birth center in Karnataka, India between July and December 2010. We prospectively observed health workers that attended to women and newborns during 499 consecutively enrolled birth events and compared these with observed practices during 795 consecutively enrolled birth events after the introduction of the WHO Safe Childbirth Checklist program. Twenty-nine essential practices that target the major causes of childbirth-related mortality, such as hand hygiene and uterotonic administration, were evaluated. The primary end point was the average rate of successful delivery of essential childbirth practices by health workers. Delivery of essential childbirth-related care practices at each birth event increased from an average of 10 of 29 practices at baseline (95%CI 9.4, 10.1) to an average of 25 of 29 practices afterwards (95%CI 24.6, 25.3; p<0.001). There was significant improvement in the delivery of 28 out of 29 individual practices. No adverse outcomes relating to the intervention occurred. Study limitations are the pre-post design, potential Hawthorne effect, and focus on processes of care versus health outcomes.
Conclusions: Introduction of the WHO Safe Childbirth Checklist program markedly improved delivery of essential safety practices by health workers. Future study will determine if this program can be implemented at scale and improve health outcomes.