Monitoramento domiciliar e telemonitoramento de gestações complicadas: estudo transversal nacional da prática atual na Holanda

Josephus F M van den Heuvel ; Samira Ayubi ; Arie Franx ; Mireille N Bekker
Título original:
Home-Based Monitoring and Telemonitoring of Complicated Pregnancies: Nationwide Cross-Sectional Survey of Current Practice in the Netherlands
Resumo:

CONTEXTO: O monitoramento diário das condições fetais e maternas em gestações complicadas exige consultas ambulatoriais recorrentes ou a hospitalização prolongada. As alternativas à internação hospitalar incluem o monitoramento domiciliar com visitas por profissionais ou o telemonitoramento com medições realizadas pelas próprias mulheres grávidas e transmitidas para avaliação numa clínica. Em ambos os casos, a cardiotocografia e a medição da pressão arterial podem ser realizadas em casa. Não se sabe em que medida, por quais razões e para quais complicações da gravidez estas estratégias são utilizadas. OBJETIVO: Este estudo procurou avaliar as práticas e atitudes atuais na Holanda relacionadas ao monitoramento domiciliar (com visitas diárias por profissionais) e ao telemonitoramento (usando dispositivos e a internet para medições diárias realizadas pelas próprias pacientes) em gestações de alto risco que exigem o monitoramento materno e fetal. MÉTODOS: Este estudo transversal nacional envolveu o envio de um questionário on-line aos departamentos de obstetrícia de todos os 73 hospitais da Holanda, para ser respondido por um representante de cada hospital responsável pelo monitoramento da gravidez. O desfecho principal foi a realização de monitoramento domiciliar ou telemonitoramento usando a cardiotocografia entre 1995 e 2018. O questionário abordou ainda as perspectivas relativas ao uso do monitoramento domiciliar e do telemonitoramento, incluindo as (contra)indicações, vantagens e desvantagens para mulheres grávidas e profissionais clínicos. RESULTADOS: A taxa de resposta em relação à oferta de monitoramento domiciliar ou de telemonitoramento foi de 100%. Em 2018, 38% (28/73) dos centros na Holanda ofereciam monitoramento domiciliar ou telemonitoramento (ou ambos) a mulheres grávidas com complicações. O monitoramento domiciliar foi oferecido em 26% (19/73) dos centros; o telemonitoramento, em 23% (17/73); e ambos em 11% (8/73). O telemonitoramento foi oferecido pela primeira vez em 2009, aumentando de 4% (3/73) dos hospitais em 2014 para 23% (17/73) em 2018. Ao todo, recebemos e analisamos as respostas de 78% (57/73) dos hospitais convidados. De todos os 17 centros que utilizam o telemonitoramento, 59% (10/17) não investigaram os resultados perinatais, a segurança e a satisfação das pacientes antes da implementação. Outros centros que utilizam o telemonitoramento (6/17, 35%) estão participando de um estudo clínico multicêntrico randomizado para avaliar a segurança, a satisfação e os custos do telemonitoramento em comparação com a internação hospitalar padrão. O monitoramento domiciliar e o telemonitoramento são oferecidos para uma grande variedade de complicações, tais como restrição do crescimento fetal, pré-eclâmpsia e ruptura prematura de membranas. Os participantes relataram as vantagens do monitoramento domiciliar, tais como a redução do estresse e o maior tempo de descanso para as pacientes, a menor necessidade de internação e a possível redução dos custos. As barreiras mencionadas incluíram a falta de reembolso por seguros de saúde e possíveis problemas técnicos. CONCLUSÕES: O monitoramento domiciliar é fornecido a mulheres com complicações na gravidez em 26% (19/73) dos hospitais holandeses, e o telemonitoramento em 23% (17/73). No total, 38% (28/73) dos hospitais oferecem monitoramento domiciliar ou telemonitoramento, ou ambos, como uma alternativa à internação hospitalar. São necessários estudos futuros para avaliar questões como a segurança e os reembolsos por seguros de saúde antes de implementar esta prática de forma mais ampla.
 

Resumo Original:

BACKGROUND: Daily monitoring of fetal and maternal conditions in complicated pregnancies leads to recurrent outpatient visits or (prolonged) hospitalization. Alternatives for hospital admissions include home-based monitoring with home visits by professionals or telemonitoring with self-measurements performed by pregnant women and uploaded for in-clinic assessment. For both alternatives, cardiotocography and blood pressure measurement can be performed at home. It is unknown to what extent, for which reasons, and for which pregnancy complications these strategies are used. OBJECTIVE: This study aims to assess the current practice and attitudes concerning home-based monitoring (with daily home visits by professionals) and telemonitoring (using devices and the internet for daily self-recorded measurements) in high-risk pregnancies requiring maternal and fetal monitoring in the Netherlands. METHODS: This nationwide cross-sectional study involved sending a web-based survey to the obstetrics departments of all 73 hospitals in the Netherlands to be answered by 1 representative dedicated to pregnancy monitoring per hospital. The primary outcome was the provision of home-based monitoring or telemonitoring using cardiotocography between 1995 and 2018. The survey further addressed perspectives regarding the use of home-based monitoring and telemonitoring, including (contra)indications, advantages, and disadvantages for pregnant women and clinicians. RESULTS: The response rate for the provision of either home-based monitoring or telemonitoring was 100%. In 2018, 38% (28/73) of centers in the Netherlands offered either home-based monitoring or telemonitoring or both to pregnant women with complications. Home-based monitoring was offered in 26% (19/73) of the centers; telemonitoring, in 23% (17/73); and both in 11% (8/73). Telemonitoring was first offered in 2009, increasing from 4% (3/73) of hospitals in 2014 to 23% (17/73) in 2018. Responses were received from 78% (57/73) of the invited hospitals and analyzed. Of all 17 centers using telemonitoring, 59% (10/17) did not investigate perinatal outcomes, safety, and patient satisfaction prior to implementation. Other (6/17, 35%) telemonitoring centers are participating in an ongoing multicenter randomized clinical trial comparing patient safety, satisfaction, and costs of telemonitoring with standard hospital admission. Home-based monitoring and telemonitoring are provided for a wide range of complications, such as fetal growth restriction, pre-eclampsia, and preterm rupture of membranes. The respondents reported advantages of monitoring from home, such as reduced stress and increased rest for patients, and reduction of admission and possible reduction of costs. The stated barriers included lack of insurance reimbursement and possible technical issues. CONCLUSIONS: Home-based monitoring is provided in 26% (19/73) and telemonitoring, in 23% (17/73) of hospitals in the Netherlands to women with pregnancy complications. Altogether, 38% (28/73) of hospitals offer either home-based monitoring or telemonitoring or both as an alternative to hospital admission. Future research is warranted to assess safety and reimbursement issues before more widespread implementation of this practice.
 

Fonte:
JMIR Mhealth Uhealth . ; 8(10): 18966.; 2021. DOI: 10.2196/18966..