Mudanças da Covid-19 nos cuidados de maternidade: experiências de médicos australianos

Rebecca A. Szabo
Alyce N. Wilson
Caroline Homer
Vidanka Vasilevski
Linda Sweet
Karen Wynter
Yvonne Hauck
Lesley Kuliukas
Zoe Bradfield
Título original
Covid-19 changes to maternity care: Experiences of Australian doctors
Resumo

CONTEXTO: A pandemia de COVID-19 acarretou mudanças rápidas nos serviços de maternidade australianos. Todos os serviços de maternidade fizeram mudanças significativas em relação às políticas, à prestação de serviços e às práticas e ao aumento do uso de equipamentos de proteção individual. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo foi explorar e descrever as experiências dos médicos na prestação de cuidados de maternidade durante a pandemia de COVID-19 na Austrália. MÉTODOS: Uma pesquisa nacional on-line seguida de entrevistas semiestruturadas com uma coorte de participantes foi realizada durante a primeira onda da pandemia de COVID-19 na Austrália (maio-junho de 2020). Os participantes foram recrutados por meio de redes sociais. Oitenta e seis médicos responderam à pesquisa e oito foram entrevistados. RESULTADOS: Quase todos os médicos relataram um rápido desenvolvimento de novas diretrizes e grandes mudanças na prestação de serviços de saúde. As faculdades médicas foram a principal fonte de novas informações sobre a COVID-19. A maioria (89%) dos médicos se sentiu suficientemente informada para cuidar de mulheres com COVID-19. Menos da metade dos médicos achou que as mudanças seriam temporárias. Os médicos descreveram interrupções na força de trabalho com impactos pessoais e profissionais associados. A capacidade de acessar e processar informações atualizadas e baseadas em evidências foi percebida como importante. Os médicos reconheceram que modelos de cuidados alterados aumentaram a ansiedade e a incerteza das gestantes. Todos os médicos descreveram o lado bom de mudanças setoriais. CONCLUSÕES: Este estudo fornece insights exclusivos sobre as experiências dos médicos na prestação de cuidados de maternidade durante a pandemia de COVID-19 na Austrália. Os achados têm relevância imediata para o setor de maternidade atual e no futuro. As lições aprendidas proporcionam uma oportunidade de remodelar o setor de maternidade para melhor se preparar para futuras crises de saúde pública.

Resumo original

BACKGROUND: The COVID-19 pandemic meant rapid changes to Australian maternity services. All maternity services have undertaken significant changes in relation to policies, service delivery and practices and increased use of personal protective equipment. AIMS: The aim of this study was to explore and describe doctors' experiences of providing maternity care during the COVID-19 pandemic in Australia. METHODS: A national online survey followed by semi-structured interviews with a cohort of participants was conducted during the first wave of the COVID-19 pandemic in Australia (May-June 2020). Participants were recruited through social media networks. Eighty-six doctors completed the survey, and eight were interviewed. RESULTS: Almost all doctors reported rapid development of new guidelines and major changes to health service delivery. Professional colleges were the main source of new information about COVID-19. Most (89%) doctors felt sufficiently informed to care for women with COVID-19. Less than half of doctors felt changes would be temporary. Doctors described workforce disruptions with associated personal and professional impacts. The ability to access and process up-to-date, evidence-based information was perceived as important. Doctors acknowledged that altered models of care had increased pregnant women's anxiety and uncertainty. All doctors described silver linings from sector changes. CONCLUSIONS: This study provides unique insights into doctors' experiences of providing maternity care during the COVID-19 pandemic in Australia. Findings have immediate relevance to the maternity sector now and into the future. Lessons learnt provide an opportunity to reshape the maternity sector to better prepare for future public health crises.
 

Revista
Australian and New Zealand Journal of Obstétrica and Gynaecology homepage
Data de publicação
doi
doi.org/10.1111/ajo.13307