O lifting de glúteos brasileiro continua sendo o procedimento cirúrgico estético mais letal: os cirurgiões plásticos estão ajustando sua prática cirúrgica para promover a segurança?

Emily R Finkelstein ; Luccie Wo ; Onelio Garcia ; Wrood Kassira
Título original:
The Brazilian Butt Lift Remains the Deadliest Aesthetic Surgery Procedure: Are Plastic Surgeons Adjusting Their Surgical Practice to Promote Safety?
Resumo:

CONTEXTO: O número de fatalidades do lifting de glúteos brasileiro (Brazilian Butt Lift - BBL) permanece alto nos Estados Unidos, apesar de inúmeros conselhos de prática voltados para a segurança do paciente e redução da incidência de embolia gordurosa pulmonar fatal (EGP). OBJETIVOS: Este estudo teve como objetivo avaliar a opinião de cirurgiões plásticos certificados pelo conselho dos EUA, a compreensão da mortalidade relacionada ao BBL e as práticas cirúrgicas atuais de redução de risco para procedimentos de BBL. MÉTODOS: Uma pesquisa on-line com 18 perguntas foi distribuída por e-mail pela Aesthetic Surgery Education and Research Foundation para cirurgiões plásticos certificados pelo conselho nacional e membros da American Society of Aesthetic Plastic Surgeons. As respostas da pesquisa foram coletadas ao longo de 21 dias na plataforma Qualtrics. RESULTADOS: A taxa de resposta à pesquisa foi de 10% (n=178). Dos 77% profissionais que realizaram procedimentos de BBL, 48% (n=80) não utilizaram ultrassom. Aproximadamente 60% (n=102) de todos os entrevistados discordaram da inclusão de regulamentações para exigir ultrassom, sendo a justificativa mais frequente a de que ele é desnecessário se o cirurgião tiver uma experiência adequada (45%). Os cirurgiões plásticos acreditavam que as clínicas com orçamento de alto volume (n=64) e a falta de regulamentação pelo Conselho de Medicina imposta a cirurgiões individuais (n=31) foram os maiores contribuintes para a mortalidade por BBL. CONCLUSÕES: A maioria dos cirurgiões plásticos dos EUA não usava ultrassom para procedimentos de BBL ou não concordava que o ultrassom deveria ser exigido, o que pode ser parcialmente o resultado de uma divulgação educacional malsucedida para práticas de redução de riscos e treinamento em ultrassom. As regulamentações do Conselho de Medicina impostas a cirurgiões individualmente, em combinação com a nova legislação voltada para os donos de clínicas de alto volume, são fortemente apoiadas pelos cirurgiões entrevistados e podem melhorar a segurança do paciente.
 

Resumo Original:

BACKGROUND: The number of Brazilian Butt Lift (BBL) fatalities remains high in the United States (US) despite numerous practice advisories geared towards patient safety and reducing the incidence of fatal pulmonary fat emboli (PFE). OBJECTIVES: This study aimed to evaluate US board-certified plastic surgeon opinion, understanding of BBL-related mortality, and current risk-reducing surgical practices for BBL procedures. METHODS: An online 18-question survey was distributed via email by the Aesthetic Surgery Education and Research Foundation to national board-certified plastic surgeon members of the American Society of Aesthetic Plastic Surgeons. Survey responses were collected over 21 days on the Qualtrics platform. RESULTS: Survey response rate was 10% (n=178). Of the 77% that performed BBL procedures, 48% (n=80) did not use ultrasound. Approximately 60% (n=102) of all respondents disagreed with placing regulations to require ultrasound, with the most frequent reasoning being it was unnecessary with adequate surgeon experience (45%). Plastics surgeons thought that high-volume budget clinics (n=64) and a lack of regulations by the Board of Medicine placed on individual surgeons (n=31) were the greatest contributors to BBL mortality. CONCLUSIONS: Most US plastic surgeons did not use ultrasound for BBL procedures or did not agree that ultrasound should be required, which may partially be the result of unsuccessful educational outreach for risk-reducing practices and training for ultrasound. Regulations by the Board of Medicine placed on individual surgeons, in combination with new legislature targeted at ownership of high-volume clinics, are strongly backed by surgeon respondents that may improve patient safety.
 

Fonte:
Aesthetic surgery journal ; 44(1): NP69-NP76; 2023. DOI: 10.1093/asj/sjad310.