Papel de enfermeiros e parteiras na melhoria da segurança do paciente durante o parto: evidências relacionadas ao trauma obstétrico nos países da OCDE
OBJETIVOS: Medir o papel de enfermeiros e parteiras na redução do trauma obstétrico como um substituto para as falhas de segurança durante o parto nos países-membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). MÉTODOS: Estimamos a densidade de enfermeiros e parteiras praticantes por 1.000 habitantes e a proporção de casos de trauma obstétrico de terceiro e quarto graus durante o parto vaginal com instrumentos (TO(1)) e sem instrumentos (TO(2)) em taxas brutas por 100 partos vaginais em pacientes com idade de 15 anos ou mais, com base nos Indicadores Mundiais de Desenvolvimento e nas Estatísticas de Saúde da OCDE em 17 países da OCDE durante o período 2010-2017. Aplicamos a técnica estatística de análise de dados de painel para estimar o impacto de enfermeiros e parteiras na melhoria da segurança da paciente durante o parto. Adicionamos à análise o número de médicos por 1.000 habitantes, as despesas com saúde per capita e o número total de leitos hospitalares por 1.000 habitantes como variáveis de controle. RESULTADOS: Os resultados do teste de cointegração de painel e modelos dinâmicos de longo prazo confirmam que houve relações significativas entre maiores contingentes de pessoal de enfermeiros e parteiras e indicadores mais baixos de trauma obstétrico na OCDE, com magnitudes de longo prazo de -15,8614 para TO(1) e -0,0519 para TO(2). Além disso, os resultados do modelo de correção de erros sugerem que, se as relações de longo prazo entre os contingentes de pessoal de enfermagem e obstetrícia e os indicadores de trauma obstétrico forem perturbadas pela escassez de enfermeiros e parteiras, serão necessários pelo menos 25 anos e 18 anos para reduzir e restabelecer o equilíbrio dos indicadores para TO(1) e TO(2), respectivamente — um tempo bastante longo. CONCLUSÃO: Uma maior proporção de enfermeiros e parteiras está associada a uma maior segurança do paciente durante o parto em países da OCDE. De modo geral, nossos resultados devem alertar os responsáveis pela elaboração de políticas sobre a necessidade de considerar os impactos prejudiciais da escassez de pessoal de enfermagem e obstetrícia na segurança do paciente durante o parto, bem como na qualidade do cuidado agudo na OCDE.
OBJECTIVES: To measure the role of nurses and midwives in reducing obstetric trauma as a proxy for safety failures during childbirth in member countries of Organization for Economic Co-operation and Development (OECD). METHODS: The number of practicing nurses' and midwives' density per 1000 population and the proportion of third- and fourth-degree obstetric trauma during vaginal delivery with instrument (OT(1)) and without instrument (OT(2)) in crude rates per 100 vaginal deliveries for patients aged 15 and over collected from World Development Indicators and OECD Health Statistics in 17 OECD countries during 2010-2017 period. The statistical technique of panel data analysis was applied to estimate the impact of nurses and midwives on improving patient safety during childbirth. The number of physicians per 1000 population, health care expenditure (HCE) per capita and total number of hospital beds per 1000 population were added in data analysis as control variables. RESULTS: The results of panel co-integration test and dynamic long-run models confirm that there were meaningful relationships from the level of nursing and midwifery staff to reducing OECD's obstetric trauma indicators with long-run magnitudes of -15.8614 for OT(1) and -0.0519 for OT(2). In addition, the results of panel error-correction model argue that if the long-run relationships between nursing and midwifery staff and obstetric trauma indicators are disturbed by the shortage in the needed nurses and midwives, then it takes at least 25 years for OT(1) and 18 years for OT(2) to reduce and restore back to equilibrium; that is quite a long time. CONCLUSION: A higher proportion of nursing and midwifery staff is associated with higher patient safety during childbirth in OECD countries. Overall, our findings alert policy makers to consider the deleterious impacts of shortage in the level of nursing and midwifery staff on declining patient safety during childbirth as well as quality of acute care in OECD.