Objetivo: Identificar, classificar e descrever perigos para a segurança durante o processo de transporte intra-hospitalar de pacientes criticamente doentes.
Desenho: Estudo observacional prospectivo. Os dados das observações participantes do processo de transporte intra-hospitalar foram coletados ao longo de um período de 3 meses.
Ambiente: O estudo foi realizado em duas UTIs de um hospital universitário.
Pacientes: Pacientes criticamente doentes transportados dentro do hospital por enfermeiros de terapia intensiva, auxiliares de enfermagem e médicos.
Intervenções: Nenhuma.
Medidas e resultados principais: Realizamos uma análise de conteúdo utilizando abordagens dedutivas e indutivas. Detectamos um total de 365 perigos para a segurança (mediana=7, intervalo interquartil=4-10) durante 51 transportes intra-hospitalares de pacientes criticamente doentes, dos quais 80% estavam em ventilação mecânica. A avaliação considerou que a maior parte dos perigos para a segurança detectados aumentou o risco de danos, comprometendo a segurança do paciente (n=204). Usando a Iniciativa de Engenharia de Sistemas para Segurança do Paciente (System Engineering Initiative for Patient Safety), identificamos perigos para a segurança relacionados ao sistema de trabalho, da seguinte forma: equipe (n=61), tarefas (n=83), ferramentas e tecnologias (n=124), ambiente (n=48) e organização (n=49). A análise indutiva forneceu uma descrição aprofundada dos perigos para a segurança, fatores contribuintes e resultados relacionados aos processos.
Conclusões: Os resultados sugerem que o transporte intra-hospitalar é um processo perigoso para pacientes criticamente doentes. Identificamos vários fatores que podem contribuir para a ocorrência de eventos adversos relacionados ao transporte, o que servirá como uma oportunidade para redesenhar os sistemas a fim de melhorar a segurança do paciente.
Objective: To identify, classify, and describe safety hazards during the process of intrahospital transport of critically ill patients.
Design: A prospective observational study. Data from participant observations of the intrahospital transport process were collected over a period of 3 months.
Setting: The study was undertaken at two ICUs in one university hospital.
Patients: Critically ill patients transported within the hospital by critical care nurses, unlicensed nurses, and physicians.
Interventions: None.
Measurements and main results: Content analysis was performed using deductive and inductive approaches. We detected a total of 365 safety hazards (median, 7; interquartile range, 4-10) during 51 intrahospital transports of critically ill patients, 80% of whom were mechanically ventilated. The majority of detected safety hazards were assessed as increasing the risk of harm, compromising patient safety (n = 204). Using the System Engineering Initiative for Patient Safety, we identified safety hazards related to the work system, as follows: team (n = 61), tasks (n = 83), tools and technologies (n = 124), environment (n = 48), and organization (n = 49). Inductive analysis provided an in-depth description of those safety hazards, contributing factors, and process-related outcomes.
Conclusions: Findings suggest that intrahospital transport is a hazardous process for critically ill patients. We have identified several factors that may contribute to transport-related adverse events, which will provide the opportunity for the redesign of systems to enhance patient safety.