PICC: usar ou não? Um inquérito transversal sobre as práticas de acesso vascular na UTI
Objetivo: Os padrões de acesso vascular na unidade de terapia intensiva (UTI) têm mudado, passando de cateteres venosos centrais (CVCs) não tunelizados para cateteres centrais de inserção periférica (PICCs). Avaliamos as percepções dos profissionais de terapia intensiva em relação a estes dispositivos e as variações na prática baseada em evidências. Materiais: Aplicamos um questionário com 35 perguntas sobre acesso vascular na UTI em 13 hospitais de Michigan. As respostas foram sintetizadas usando estatísticas descritivas. Avaliamos as diferenças na utilização, percepções e práticas baseadas em evidências entre PICCs e CVCs, segundo características dos participantes e dos hospitais. Resultados: 314 dos 621 profissionais elegíveis responderam ao questionário (taxa de resposta de 51%). Ao todo, 15% dos profissionais relataram não utilizar a ultrassonografia de rotina ao inserir CVCs. Os participantes que fossem estagiários, de hospitais maiores e de UTIs fechadas demonstraram maior propensão ao uso de ultrassonografia (p<0,001). Além disso, 21% dos entrevistados declararam não especificar o número de lúmens do CVC, enquanto 46% não especificavam o número de lúmens do PICC (p<0,001). A especificação do número de lúmens de PICCs foi mais frequente quando havia protocolos estabelecidos de acesso vascular (p=0,001). Dois terços dos participantes (n=173, 66%) afirmaram que era necessária mais pesquisa sobre o acesso vascular na UTI. Conclusão: Existem variações nas práticas de acesso vascular baseadas em diretrizes em UTIs. A existência de protocolos locais estabelecidos pode melhorar a adesão às diretrizes. Parece ser necessário realizar estudos que avaliem as decisões de acesso vascular e segurança do paciente na UTI.
Purpose: Vascular access patterns in the intensive care unit (ICU) have shifted from non-tunneled central venous catheters (CVCs) towards peripherally inserted central catheters (PICCs). We evaluated perceptions of critical care practitioners regarding these devices and variation in evidence-based practice. Materials: A 35-question survey on ICU vascular access was deployed in 13 Michigan hospitals. Descriptive statistics summarized responses. Differences in utilization, perceptions and evidence-based practices between PICCs and CVCs, by participant and site-level characteristics, were assessed. Results: 314 of 621 eligible providers responded to the survey (response rate 51%). 15% of providers reported not routinely using ultrasound when placing CVCs. Respondents whom were trainees, from larger hospitals, and from closed ICUs were more likely to use ultrasound (p < 0.001). Additionally, 21% of respondents stated they did not specify number of CVC lumens, while 46% did not specify number of PICC lumens (p < 0.001). The likelihood of specifying PICC lumens increased when vascular access protocols were in place (p = 0.001). 2/3 of respondents (n = 173, 66%) stated more research on ICU vascular access was needed. Conclusion: Variation in guideline-based vascular access practices exists in the ICU. Defined local protocols may improve guideline adherence. Studies evaluating vascular access decisions and patient safety in the ICU appear necessary.