Prevalência, reconhecimento e controle da hipertensão arterial sistêmica no estado do Rio Grande do Sul

GUS, I. ; GUS, M. ; HARZHEIM, E. ; ZASLAVSKY, C. ; MEDINA, C.
Resumo:

Objetivo: Descrever a prevalência dos fatores de risco das doenças cardiovasculares, em particular, a hipertensão arterial sistêmica, na população adulta do RS, seu nível de reconhecimento e controle, além dos fatores associados.

Métodos: Estudo transversal, de base populacional, com amostragem aleatória por conglomerado, em 918 adultos >20 anos, realizada de 1999-2000, tendo hipertensão arterial sistêmica definida como pressão arterial ou uso atual de anti-hipertensivos.

Resultados: A prevalência de hipertensão arterial sistêmica foi de 33,7% (n=309), sendo que 49,2% desconheciam ser hipertensos; 10,4% tinham conhecimento de ser hipertensos, mas não seguiam o tratamento; 30,1% seguiam o tratamento, mas não apresentavam controle adequado e 10,4% seguiam tratamento anti-hipertensivo com bom controle. Após análise multivariada, as características associadas significativamente com a presença de hipertensão arterial sistêmica foram: idade (OR=1,06), obesidade (OR=3,03) e baixa escolaridade (OR=1,82); as mesmas características foram associadas à falta de reconhecimento da hipertensão: idade (OR=1,05), obesidade (OR=2,46) e baixa escolaridade (OR=2,17).

Conclusão: A prevalência de hipertensão arterial sistêmica no RS manteve-se em níveis constantes nas últimas décadas e seu grau de reconhecimento apresentou discreta melhora. Entretanto, o nível de controle da hipertensão arterial sistêmica não apresentou crescimento. Este estudo permitiu definir um grupo-alvo - pessoas de maior idade, obesas e de baixa escolaridade - tanto para campanhas diagnósticas como para a obtenção de maior controle de níveis pressóricos.

Fonte:
Arquivos Brasileiros de Cardiologia ; 83(5): 424-428; 2004. DOI: 10.1590/S0066-782X2004001700009.
DECS:
epidemiologia, doenças cardiovasculares, hipertensão