Introdução: O atraso na alta de pacientes da unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP) é diretamente proporcional à taxa de ocupação de leitos e ao custo. O nosso objetivo foi estudar o processo de transferência de pacientes da UTIP para a enfermaria geral, a fim de melhorar a rapidez deste processo, ao mesmo tempo em que é assegurada a segurança do paciente. MÉTODOS: Estabelecemos uma equipe multidisciplinar de melhoria da qualidade (MQ) para analisar o processo de transferência. Testamos vários ciclos do tipo Planejar-Fazer-Estudar-Agir (Plan-Do-Study-Act), tendo em vista todas as etapas do processo de transferência e aplicando o tempo até a transferência (TAT) — o tempo decorrido desde a decisão de realizar a transferência clínica até a transferência física do paciente — como medida de desfecho, visando um TAT de 4 horas. Resultados: Os resultados na linha de base mostraram que as decisões de transferência clínica pelos médicos da UTIP eram tomadas tardiamente para a maioria dos pacientes: apenas 19% das decisões eram tomadas até as 8 horas pela equipe de plantão. O TR médio do processo de transferência era de mais de 7 horas, variando de 7 a 17 horas. Após a implementação de todas as intervenções de melhoria sugeridas, a tomada de decisão precoce melhorou para 59%. O TAT melhorou gradualmente, começando em janeiro de 2017, até se aproximar da meta (284-261 minutos, aproximadamente 4 horas) em fevereiro-maio de 2017. CONCLUSÃO: Os atrasos no processo de transferência de pacientes da UTIP podem ser reduzidos através da avaliação precoce, da pronta comunicação dentro da equipe e da preparação adequada. Recomenda-se que todos os profissionais envolvidos procurem evitar os atrasos desnecessários, prestando mais atenção a todas as etapas do processo, desde a decisão clínica até a transferência física. A padronização dos processos de transferência pode levar a uma diminuição do tempo de internação na UTIP, o que é um resultado desejável, mas esta observação precisa ser mais explorada.
Introduction: Delaying the discharge of paediatric intensive care unit (PICU) patients is directly proportional to increased occupancy rate and cost. We aimed to study the process of transferring patients from the PICU to the general ward in order to improve the timeliness of this process while guaranteeing patient safety. Methods: A multidisciplinary quality improvement (QI) team was formed to analyse the transfer process. Several Plan Do Study Act cycles were tested, targeting all steps of the transfer process, and applying turnaround time (TAT)-the duration from the time of clinical transfer decision until the physical transfer of the patient-as an outcome measure, aiming for a TAT of 4 hours. Results: Baseline results showed that medical transfer decisions by PICU attending physicians were taken late for most patients: only 19% of decisions were made by 08:00 by the on-call team. Average TAT of the transfer process was over 7 hours, with duration ranging from 7 to 17 hours. After implementing all suggested improvement interventions, early decision compliance improved to 59%. TAT improved gradually, starting in January 2017, until it approached our target (284-261 min approximately 4 hours) in February-May 2017. Conclusion: PICU patient transfer process delays can be reduced by early evaluation, timely team communication and proper preparation. It is recommended that all personnel with early involvement avoid unnecessary delays by paying more attention to all process steps, starting with the clinical decision, until the physical transfer. Standardising transfer processes might lead to a decrease in the length of PICU stay, which is a desirable outcome, but this observation needs further exploration.