Resultados obstétricos adversos em duas maternidades brasileiras

Alessa Leila Andrade ; Zenewton André da Silva Gama ; Marise Reis de Freitas ; Wilton Rodrigues Medeiros ; Kelienny de Meneses Sousa ; Edna Marta Mendes da Silva ; Tatyana Souza Rosendo
Título original:
Adverse obstetric outcomes in two Brazilian maternity hospitals
Resumo:

International Journal of Health Care Quality Assurance
Objetivo: Os resultados adversos (RAs) obstétricos são um tópico importante, e o uso de indicadores compostos pode facilitar a compreensão de seu impacto sobre a segurança do paciente. O objetivo deste estudo foi estimar a frequência de RAs e a qualidade do cuidado obstétrico em maternidades de baixo e alto risco. Desenho/métodos/abordagem: Realizamos um estudo de acompanhamento longitudinal ao longo de um ano em duas maternidades públicas brasileiras. A frequência de RAs foi medida em 2.880 participantes selecionados aleatoriamente, 1.440 em cada instituição, que incluiu mulheres e seus bebês recém-nascidos. A frequência de 14 RAs foi estimada a cada duas semanas durante um ano; também medimos a qualidade do cuidado obstétrico usando os seguintes três índices, baseados na frequência e gravidade dos eventos: Adverse Outcome Index (AOI), Weighted Adverse Outcome Score e Severity Index. Resultados: Um número significativo de mães e recém-nascidos apresentou RAs. Os RAs maternos mais prevalentes foram a internação em UTI e a histerectomia pós-parto. Com relação aos recém-nascidos, a hospitalização por >7 dias e as infecções neonatais foram as complicações mais comuns. Os resultados adversos foram mais frequentes na maternidade de alto risco; no entanto, foram mais graves na maternidade de baixo risco. O índice AOI se manteve estável no centro de alto risco, mas declinou depois de intervenções ao longo do ano de acompanhamento. Originalidade/valor: Observamos uma alta frequência de RAs tanto nas mães quanto nos recém-nascidos. Os resultados demonstram a necessidade de políticas públicas para a segurança do paciente em maternidades de baixo risco, onde os RAs foram menos frequentes, mas mais graves.  
 

Resumo Original:

Purpose: Obstetric adverse outcomes (AOs) are an important topic and the use of composite measures may favor the understanding of their impact on patient safety. The aim of the present study was to estimate AO frequency and obstetric care quality in low and high-risk maternity hospitals. Design/methodology/approach: A one-year longitudinal follow-up study in
two public Brazilian maternity hospitals. The frequency of AOs was measured in 2,880 randomly selected subjects, 1,440 in each institution, consisting of women and their newborn babies. The frequency of 14 AOs was estimated every two weeks for one year, as well as three obstetriccare quality indices based on their frequency and severity as follows: the Adverse Outcome Index (AOI), the Weighted Adverse Outcome Score and the Severity Index. Findings: A significant number of mothers and newborns exhibited AOs. The most prevalent maternal AOs were admission to the ICU and postpartum hysterectomy. Regarding newborns, hospitalization for > seven days and neonatal infection were the most
common complications. Adverse outcomes were more frequent at the high-risk maternity, however, they were more severe at the low-risk facility. The AOI was stable at the high-risk center but declined after interventions during the follow-up year. Originality/value: High AO frequency was identified in both mothers and newborns. The results demonstrate the need
for public patient safety policies for low-risk maternity hospitals, where AOs were less frequent but more severe. 
 

Fonte:
International journal of health care quality assurance ; 2021. DOI: 10.1108/IJHCQA-02-2020-0026..