Resultados obstétricos da infecção pelo SARS-CoV-2 em mulheres grávidas assintomáticas
Cerca de 2% das mulheres assintomáticas em trabalho de parto testam positivo para o coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) na Espanha. Os familiares e profissionais da saúde enfrentam o parto com incerteza. Procuramos determinar se a infecção pelo SARS-CoV-2 no momento do parto entre mães assintomáticas está associado a resultados obstétricos diferentes em comparação com pacientes negativas. Este foi um estudo prospectivo multicêntrico baseado no rastreamento universal pré-natal da infecção pelo SARS-CoV-2. Entre março e maio de 2020, 42 hospitais testaram mulheres internadas para o parto usando o teste de reação em cadeia da polimerase. Incluímos mães positivas e uma amostra de mães negativas assintomáticas durante todo o período pré-natal, com acompanhamento pós-parto de 6 semanas. A associação entre a infecção pelo SARS-CoV-2 e os resultados obstétricos foi avaliada por análises de regressão logística multivariada. Ao todo, 174 gestações assintomáticas positivas para o SARS-CoV-2 foram comparadas com 430 gestações assintomáticas negativas. Não constatamos diferenças entre os dois grupos nos principais resultados maternos e neonatais ligados ao parto e ao acompanhamento, com exceção da ruptura prematura de membranas a termo (odds ratio [OR] ajustado, 1,88, intervalo de confiança de 95%, 1,13-3,11; p=0,015). As mães assintomáticas positivas para SARS-CoV-2 apresentaram maior probabilidade de ruptura prematura de membranas a termo, sem aumento das complicações perinatais, em comparação com as mães negativas. As mulheres grávidas assintomáticas que testam positivo para o SARS-CoV-2 no momento da internação para o parto devem ser tranquilizadas por seus profissionais da saúde.
Around two percent of asymptomatic women in labor test positive for severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2) in Spain. Families and care providers face childbirth with uncertainty. We determined if SARS-CoV-2 infection at delivery among asymptomatic mothers had different obstetric outcomes compared to negative patients. This was a multicenter prospective study based on universal antenatal screening for SARS-CoV-2 infection. A total of 42 hospitals tested women admitted for delivery using polymerase chain reaction, from March to May 2020. We included positive mothers and a sample of negative mothers asymptomatic throughout the antenatal period, with 6-week postpartum follow-up. Association between SARS-CoV-2 and obstetric outcomes was evaluated by multivariate logistic regression analyses. In total, 174 asymptomatic SARS-CoV-2 positive pregnancies were compared with 430 asymptomatic negative pregnancies. No differences were observed between both groups in key maternal and neonatal outcomes at delivery and follow-up, with the exception of prelabor rupture of membranes at term (adjusted odds ratio 1.88, 95% confidence interval 1.13-3.11; p = 0.015). Asymptomatic SARS-CoV-2 positive mothers have higher odds of prelabor rupture of membranes at term, without an increase in perinatal complications, compared to negative mothers. Pregnant women testing positive for SARS-CoV-2 at admission for delivery should be reassured by their healthcare workers in the absence of symptoms.