Segurança do paciente na cirurgia
Contexto: A melhoria da segurança do paciente é uma prioridade cada vez maior entre cirurgiões e hospitais, dado que eventos sentinela podem ser catastróficos para pacientes, profissionais de saúde e instituições. Cada vez mais as instituições adotam iniciativas de segurança com o objetivo de criar uma cultura de segurança no centro cirúrgico (CC), mas não existe um meio confiável de medir seu impacto sobre os profissionais de saúde que se encontram na linha de frente do atendimento.
Métodos: Desenvolvemos um questionário de segurança (QS) específico para cirurgias e o entregamos a 2.769 profissionais de saúde elegíveis em 60 hospitais. As perguntas avaliavam a adequação das medidas utilizadas para lidar com erros no cuidado de saúde, o conhecimento sobre os sistemas de notificação e as percepções de segurança no centro cirúrgico. MANOVA e ANOVA foram realizadas para comparar os resultados de segurança segundo o hospital e segundo o cargo do profissional no CC, usando um escore composto. Foi realizada uma análise fatorial confirmatória multinível para validar a estrutura da escala no nível de análise do centro cirúrgico.
Resultados: A taxa de resposta geral foi de 77% (2.135 de 2.769), com uma variação de 57% a 100%. A análise fatorial dos itens da pesquisa demonstrou alta validade aparente e consistência interna (alfa = 0,76). A escala sobre o clima de segurança foi robusta e dotada de consistência interna em termos gerais e conforme o cargo analisado. Os escores variaram amplamente segundo o hospital [MANOVA omnibus F (59, 1910) = 3,85, p < 0001], mas não segundo a posição [ANOVA F (4, 1910) = 1,64, p = 0,16], cirurgião (média = 73.91), técnico (média = 70,26), anestesista (média = 71,57), enfermeiro-anestesista (média = 71,03) e enfermeiro (média = 70,40). A porcentagem de respondentes que relatou um bom clima de segurança em cada hospital variou de 16,3% a 100%.
Conclusões: O clima de segurança em serviços cirúrgicos pode ser medido de maneira válida e varia amplamente entre hospitais, permitindo a comparação de seu desempenho. Os escores do QS podem ser utilizados para a avaliação de intervenções realizadas com o intuito de melhorar a segurança do paciente
Background: Improving patient safety is an increasing priority for surgeons and hospitals since sentinel events can be catastrophic for patients, caregivers, and institutions. Patient safety initiatives aimed at creating a safe operating room (OR) culture are increasingly being adopted, but a reliable means of measuring their impact on front-line providers does not exist.
Methods: We developed a surgery-specific safety questionnaire (SAQ) and administered it to 2769 eligible caregivers at 60 hospitals. Survey questions included the appropriateness of handling medical errors, knowledge of reporting systems, and perceptions of safety in the operating room. MANOVA and ANOVA were performed to compare safety results by hospital and by an individual's position in the OR using a composite score. Multilevel confirmatory factor analysis was performed to validate the structure of the scale at the operating room level of analysis.
Results: The overall response rate was 77.1% (2135 of 2769), with a range of 57% to 100%. Factor analysis of the survey items demonstrated high face validity and internal consistency (alpha = 0.76). The safety climate scale was robust and internally consistent overall and across positions. Scores varied widely by hospital [MANOVA omnibus F (59, 1910) = 3.85, P < 0.001], but not position [ANOVA F (4, 1910) = 1.64, P = 0.16], surgeon (mean = 73.91), technician (mean = 70.26), anesthesiologist (mean = 71.57), CRNA (mean = 71.03), and nurse (mean = 70.40). The percent of respondents reporting good safety climate in each hospital ranged from 16.3% to 100%.
Conclusions: Safety climate in surgical departments can be validly measured and varies widely among hospitals, providing the opportunity to benchmark performance. Scores on the SAQ can serve to evaluate interventions to improve patient safety.