Introdução:
A segurança do paciente é considerada uma prioridade global pela Organização Mundial da Saúde, e o Brasil, como país-membro, lançou, em 2013, o Programa Nacional de Segurança do Paciente, recomendando práticas seguras para todos os serviços de saúde. Embora obrigatório, muitos estabelecimentos não possuem Núcleos de Segurança do Paciente estruturados para o gerenciamento de seus riscos e incidentes.
Objetivo:
Descrever a experiência na implantação de um programa de segurança para pacientes submetidos a procedimentos hemodinâmicos.
Métodos:
Estudo observacional, descritivo e retrospectivo da criação do Núcleo de Segurança do Paciente e do programa de gerenciamento de riscos.
Resultados:
O núcleo foi constituído em 2014, e o programa foi desenvolvido em quatro fases criação do plano de segurança, mapeamento de riscos, criação de instruções de trabalho e gerenciamento de incidentes. Entre dezembro de 2014 e dezembro de 2019, foram monitorados 6.913 pacientes e identificado 146 incidentes, sendo 44,52% classificados como inconformidade a protocolos, 20,54% como circunstância notificável, 13,69% como quase-erro, 10,95% como incidente sem dano e 10,27% como evento adverso (incidente com dano). Entre 2017 e 2019, observaram-se redução no número de inconformidade de protocolo (0,66% versus 0,42%; p=0,01) e circunstância notificável (0,5% versus 0,32%; p=0,32), com incremento na comunicação de quase erro (0% versus 0,07%; p=0,018). Ao longo do estudo, observou-se aumento na adesão às metas dos indicadores relacionados à notificação de incidentes, ao tempo porta-balão e às horas- treinamento.
Conclusão:
A criação do Núcleos de Segurança do Paciente, somada à incorporação de um plano efetivo, é ferramenta efetiva, que contribui para a construção de uma cultura de excelência.
Segurança do paciente em hemodinâmica: trajetória de um serviço em busca da excelência
Cristiano de Oliveira Cardoso
Alexis Vasiluk Knebel
Cristiane Cauduro Lima
Clacir Staudt
Aldo Fernando Somavilla Duarte
André Meister Dei Ricardi
Resumo
Revista
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
Data de publicação
doi
10.31160/JOTCI202230A20220013