Taxas de eventos adversos como medidas do desempenho hospitalar

HAUCK, K. ; ZHAO, X. ; JACKSON, T.
Título original:
Adverse event rates as measures of hospital performance
Resumo:

Objetivos: Cada vez mais, advoga-se o uso das taxas de eventos adversos ou complicações como medidas da qualidade e do desempenho hospitalar. O objetivo deste estudo é analisar as taxas de eventos adversos ajustadas pela complexidade dos pacientes de modo a comparar o desempenho de hospitais situados no estado de Victoria, na Austrália. Utilizamos um banco de dados hospitalares único, que registra rotineiramente os eventos adversos ocorridos durante a internação. Neste artigo, identificamos hospitais com desempenho abaixo ou acima da média em comparação com hospitais semelhantes e apresentamos os tipos de hospital nos quais o ajuste de risco provoca uma maior diferença.

Métodos: Estimamos as taxas de eventos adversos ocorridos em 87.790 episódios eletivos e 43.771 episódios de emergência em 34 hospitais públicos ao longo do exercício de 2005/06 por meio de um modelo log-log complementar, utilizando dados administrativos hospitalares ao nível do paciente e fazendo o controle da complexidade do paciente através de uma série de covariáveis.

Resultados: Os hospitais de ensino têm taxas de eventos adversos ajustadas pelo risco de 24,3% para os pacientes cirúrgicos eletivos e de 19,7% para os pacientes cirúrgicos de emergência. Foram encontradas taxas ajustadas mais baixas nos hospitais do subúrbio (17,4% e 17%, respectivamente) e nos hospitais localizados em área rural (16,1% e 15,7%). Alguns hospitais não acadêmicos têm taxas relativamente altas, sobretudo aqueles situados em áreas rurais e áreas socialmente desfavorecidas. O ajuste de risco provocou uma diferença significativa nas taxas da maioria dos hospitais.

Conclusão: Encontramos taxas comparativamente altas de eventos adversos entre pacientes cirúrgicos internados em hospitais australianos, possivelmente porque nossos dados permitem a identificação de um maior número de eventos adversos do que os dados usados em estudos anteriores. Existem variações consideráveis nas taxas de eventos adversos entre os hospitais de Victoria, mesmo após o ajuste de risco. Fazemos aqui uma discussão sobre como os formuladores de políticas poderiam melhorar a qualidade do cuidado em hospitais australianos.

Resumo Original:

Objectives: Adverse event or complication rates are increasingly advocated as measures of hospital quality and performance. Objective of this study is to analyse patient-complexity adjusted adverse events rates to compare the performance of hospitals in Victoria, Australia. We use a unique hospital dataset that routinely records adverse events which arise during the admission. We identify hospitals with below or above average performance in comparison to their peers, and show for which types of hospitals risk adjusting makes biggest difference.

Methods:  We estimate adverse event rates for 87,790 elective and 43,771 emergency episodes in 34 public hospitals over the financial year 2005/06 with a complementary log-log model, using patient level administrative hospital data and controlling for patient complexity with a range of covariates.

Results: Teaching hospitals have average risk-adjusted adverse event rates of 24.3% for elective and 19.7% for emergency surgical patients. Suburban and rural hospitals have lower rates of 17.4% and 17%, and 16.1% and 15.7%, respectively. Selected non-teaching hospitals have relatively high rates, in particular hospitals in rural and socially disadvantaged areas. Risk adjustment makes a significant difference to most hospitals.

Conclusion:  We find comparably high adverse events rates for surgical patients in Australian hospitals, possibly because our data allow identification of a larger number of adverse events than data used in previous studies. There are marked variations in adverse event rates across hospitals in Victoria, even after risk adjusting. We discuss how policy makers could improve quality of care in Australian hospitals.

Fonte:
Health Policy ; 104(2): 146-54; 2012. DOI: 10.1016/j.healthpol.2011.06.010.
DECS:
Avaliação de desempenho profissional, melhoria de qualidade, qualidade da assistência à saúde , assistência hospitalar, Austrália