Taxas de queda por especialidades e fatores de risco para quedas em hospital de cuidados agudos: um estudo retrospectivo
Contexto: As quedas são eventos adversos comuns em hospitais de cuidados agudos, e cerca de 25-50% das pessoas que caem sofrem lesões. No cuidado agudo, as taxas de queda variam de 0,4 a 9 quedas por 1.000 pacientes-dia, conforme os tipos de unidades, características do paciente e doenças. Vários fatores de risco foram identificados, incluindo quedas recentes, idade, mobilidade reduzida, capacidade cognitiva e polifarmácia. Vários países se tornaram sociedades em processo de envelhecimento, nas quais um número crescente de pacientes idosos precisa de cuidados agudos. Portanto, a prevenção de quedas se tornou um dos aspectos mais importantes da segurança do paciente.
Objetivo e desenho: Este estudo retrospectivo teve como objetivo analisar as quedas de pacientes adultos internados em um hospital universitário finlandês com várias especialidades. Seus objetivos eram traçar um panorama das taxas de queda nos cuidados agudos finlandeses e modelar os fatores de risco para quedas, incluindo diagnósticos secundários.
Métodos: O estudo foi realizado em um grande hospital universitário na Finlândia. Os dados consistiram nos prontuários eletrônicos dos pacientes entre 2014-2016 e incluíram um total de 114.951 pacientes adultos. A análise do modelo de regressão logística binária univariada e multivariada foi usada para identificar fatores de risco para quedas, e a imputação múltipla foi usada para dados faltantes. O relatório do estudo seguiu as diretrizes do STROBE.
Resultados: Um total de 841 quedas foi registrado, somando 1,5 quedas por 1.000 pacientes-dia, e a taxa de quedas com lesão foi de 0,4 por 1.000 pacientes-dia. O modelo de regressão incluiu os seguintes fatores de risco: aumento da idade avançada, internações prolongadas, especialidade de neurologia, modo de chegada (atendimento de emergência e transferência hospitalar), ausência de operações durante as internações e diagnósticos secundários, como demência, pneumonia e abuso de álcool.
Conclusões: Nos cuidados agudos, mais quedas ocorrem em pacientes com diagnósticos neurológicos e menos em pacientes cirúrgicos. Os fatores de risco para quedas incluem aumento da idade, chegada de emergência, transferência hospitalar e permanência hospitalar prolongada.
Background: Falls are common adverse events in acute care hospitals, and about 25-50% of fallers suffer injuries. In acute care, fall rates range from 0.4-9 falls per 1000 patient days, varying among unit types, patient characteristics, and diseases. Several risk factors have been identified, including recent falls, age, reduced mobility, cognitive ability and polypharmacy. Several countries have become an aging society in which an increasing number of older patients need acute care. Therefore, the prevention of falls has become one of the most important aspects of patient safety.
Aim and design: This retrospective study aimed to explore adults' inpatient falls in a Finnish university hospital with several specialties. The objectives were to draw an overall picture of fall rates in Finnish acute care, and to model risk factors for falls including secondary diagnoses.
Methods: The study was conducted in a large university hospital in Finland. The data consisted of patients' electronic health records from 2014-2016 and included a total of 114,951 adult patients. Univariable and multivariable binary logistic regression model analysis was used to identify risk factors for falls and multiple imputation was used to missing data. The study reporting followed the STROBE guidelines.
Results: A total of 841 falls were recorded, totalling 1.5 falls per 1000 patient days, and the rate of falls with injury was 0.4 per 1000 patient days. The regression model included the following risk factors: increasing old age, prolonged hospital stays, specialty of neurology, mode of arrival (emergency care and hospital transfer), no operation during hospital stays and secondary diagnoses such as dementia, pneumonia and alcohol abuse.
Conclusions: In acute care, falls occur most in patients with neurological diagnoses and least in surgical patients. Risk factors for falls include increasing age, emergency arrival, hospital transfer and prolonged hospital stay.