Uso da notificação voluntária por parte de médicos para aprender com os erros de diagnóstico na medicina de emergência

OKAFOR, N. ; PAYNE, V. L ; CHATHAMPALLY, Y. ; MILLER, S. ; DOSHI, P. ; SINGH, H.
Título original:
Using voluntary reports from physicians to learn from diagnostic errors in emergency medicine
Resumo:

Objetivos: Os erros de diagnóstico são comuns nos serviços de emergência (SEs), mas poucos estudos avaliaram em profundidade seus tipos e origens. Analisamos incidentes notificados por médicos de SEs para determinar as condições clínicas, os fatores contribuintes e os danos a pacientes associados aos erros de diagnóstico ocorridos em SEs.

Métodos: Entre 1 de Março de 2009 e 31 de dezembro de 2013, médicos de SEs notificaram 509 incidentes, utilizando um sistema voluntário de notificação de incidentes específico para SEs que nós implementamos em dois grandes SEs afiliados a hospitais universitários. Para este estudo, analisamos 209 incidentes relacionados ao diagnóstico. Uma equipe de garantia de qualidade liderada por um médico líder de SE reviu todos os incidentes e entrevistou médicos, quando necessário, para confirmar a presença/ausência do erro de diagnóstico e para determinar os fatores contribuintes. Geramos estatísticas descritivas para quantificar as condições clínicas envolvidas, os fatores contribuintes e os danos a pacientes causados pelos erros.

Resultados: Dentre os 209 incidentes, identificamos 214 erros de diagnóstico associados a 65 doenças/condições únicas, incluindo sepse (9,6%), síndrome coronariana aguda (9,1%), fraturas (8,6%) e lesões vasculares (8,6%). Os fatores contribuintes incluíram fatores cognitivos (n=317), relacionados ao sistema (n=192) e não corrigíveis (n=106). Os fatores cognitivos incluíram a verificação errônea de informações (41,3%) e o processamento errôneo de informações (30,6%), enquanto os fatores relacionados ao sistema incluíram a alta carga de trabalho (34,4%) e processos ineficientes no SE (40,1%). Os fatores não corrigíveis incluíram apresentações atípicas (31,3%) e a incapacidade do paciente de descrever sua história (31,3%). A maior parte dos erros (75%) envolveu múltiplos fatores. Danos graves estiveram associados a 34/209 (16,3%) dos incidentes notificados.

Conclusões: A maior parte dos erros nos SEs pareceu estar relacionada a condições clínicas comuns. Embora possa ser difícil sustentar programas de notificação de erros de diagnóstico, nossa análise revela o valor em potencial de tais sistemas na identificação de alvos para melhorar a segurança do paciente em SEs.

Resumo Original:

Objectives: Diagnostic errors are common in the emergency department (ED), but few studies have comprehensively evaluated their types and origins. We analysed incidents reported by ED physicians to determine disease conditions, contributory factors and patient harm associated with ED-related diagnostic errors.

Methods: Between 1 March 2009 and 31 December 2013, ED physicians reported 509 incidents using a department-specific voluntary incident-reporting system that we implemented at two large academic hospital-affiliated EDs. For this study, we analysed 209 incidents related to diagnosis. A quality assurance team led by an ED physician champion reviewed each incident and interviewed physicians when necessary to confirm the presence/absence of diagnostic error and to determine the contributory factors. We generated descriptive statistics quantifying disease conditions involved, contributory factors and patient harm from errors.

Results: Among the 209 incidents, we identified 214 diagnostic errors associated with 65 unique diseases/conditions, including sepsis (9.6%), acute coronary syndrome (9.1%), fractures (8.6%) and vascular injuries (8.6%). Contributory factors included cognitive (n=317), system related (n=192) and non-remedial (n=106). Cognitive factors included faulty information verification (41.3%) and faulty information processing (30.6%) whereas system factors included high workload (34.4%) and inefficient ED processes (40.1%). Non-remediable factors included atypical presentation (31.3%) and the patients' inability to provide a history (31.3%). Most errors (75%) involved multiple factors. Major harm was associated with 34/209 (16.3%) of reported incidents.

Conclusions: Most diagnostic errors in ED appeared to relate to common disease conditions. While sustaining diagnostic error reporting programmes might be challenging, our analysis reveals the potential value of such systems in identifying targets for improving patient safety in the ED.

Fonte:
Emergency medicine journal : EMJ ; 33(4): 245-252; 2015. DOI: 10.1136/emermed-2014-204604.
Nota Geral:

Crédito da imagem de Destaque: HealthyDebate.ca