Viabilidade de um cronograma de reposicionamento na prevenção de lesões por pressão em uma unidade de terapia intensiva francesa: um estudo-piloto pré e pós-intervenção
Resumo
Objetivos: Como pré-requisito de um estudo multicêntrico, realizamos um estudo-piloto para avaliar a viabilidade de um cronograma diário de reposicionamento em pacientes críticos. O esquema foi adaptado à condição clínica do paciente e ao risco estimado para desenvolvimento de lesão por pressão usando a escala de Braden.
Desenho: Um estudo-piloto de centro único pré e pós-intervenção em uma Unidade de Terapia Intensiva Francesa de um hospital universitário. Este estudo seguiu as diretrizes de TREND.
Métodos: Durante o primeiro período (março a maio de 2018), a prevenção da lesões por pressão foi realizada de acordo com os cuidados habituais. Durante o segundo período (junho a agosto de 2018), o cronograma de reposicionamento foi adaptado ao risco estimado para o desenvolvimento de lesões por pressão de acordo com a escala de Braden. Os pacientes elegíveis não tinham lesões por pressão no início do estudo, foram intubados dentro de 24 horas após a admissão e deveriam receber ventilação mecânica por pelo menos 24 horas. O desfecho primário foi a taxa de desenvolvimento de lesão por pressão aos 28 dias de internação ou na alta ou óbito, em comparação com os cuidados habituais. Os desfechos secundários incluíram a viabilidade e a segurança do cronograma, conforme avaliado pela adesão e carga de trabalho dos cuidadores, e a taxa de eventos adversos.
Resultados: Foram incluídos 20 participantes no período pré-intervenção e 14 pacientes no período pós-intervenção. Não houve diminuição na incidência de lesões por pressão com a intervenção (25% vs. 28,6%; P = 1). O número de reposicionamentos diários realizados aumentou de 3,3 [IQR 3,0; 3,9] durante o período pré-intervenção para 4,3 [IQR 3,8; 5,2] durante o período pós-intervenção (P < 0,05), onde diferiu do número programado em 0,6 [IQR 0,1; 1,4] por dia, indicando adesão satisfatória dos cuidadores ao protocolo. A taxa de eventos adversos não diferiu entre os dois períodos (55,9% vs. 57,1%; P = 0,90).
Conclusão: Um cronograma de reposicionamento diário personalizado em pacientes críticos é viável e seguro. A eficácia de tal estratégia, juntamente com seu impacto econômico, precisa ser avaliada em um estudo randomizado multicêntrico.
Abstract
Aims: As a prerequisite of a multicentre study, we conducted a pilot study to assess the feasibility of a daily repositioning schedule in critically ill patients. The schedule was adapted to the patient's clinical condition, and the estimated risk for developing a pressure ulcer using the Braden scale.
Design: A single-center pre and post-intervention pilot study in a French Intensive Care Unit of a university teaching hospital. This study followed TREND guidelines.
Methods: During the first period (March to May 2018), pressure ulcer prevention was performed according to usual care. During the second period (June to August 2018), the repositioning schedule was adapted to the estimated risk for developing a pressure ulcer according to the Braden scale. Eligible patients had no pressure ulcer at baseline, were intubated within 24 hours of admission and expected to receive mechanical ventilation for at least 24 hours. The primary outcome was the rate of pressure ulcer development at 28 days of hospitalization or at discharge or death, as compared with usual care. Secondary outcomes included the feasibility and safety of the schedule, as assessed by caregivers' adherence and workload, and the rate of adverse events.
Results: In the pre-intervention period 20 participants were included, and 14 patients were included in the post-intervention period. There was no decrease in the pressure ulcers incidence with the intervention (25% vs. 28.6%; P = 1). The number of daily repositioning performed increased from 3.3 [IQR 3.0; 3.9] during the pre-intervention period to 4.3 [IQR 3.8; 5.2] during the post-intervention period (P < 0.05), where it differed from the number scheduled by 0.6 [IQR 0.1; 1.4] per day, indicating satisfactory adherence of caregivers to the protocol. Adverse events rate did not differ between the two periods (55.9% vs. 57.1%; P = 0.90).
Conclusion: A personalised daily repositioning schedule in critically ill patients is feasible and safe. The efficacy of such a strategy, together with its economic impact, need to be assessed in a multicentre randomized trial.