Efeito de deixar de adotar (de-adoption) clorexidina oral e implementação de um pacote de cuidados orais na mortalidade de pacientes em ventilação mecânica na unidade de terapia intensiva (CHORAL): um estudo escalonado controlado, randomizado e multicêntr

Craig M Dale
Louise Rose
Sarah Carbone
Ruxandra Pinto
Orla M Smith
Lisa Burry
Eddy Fan
Andre Carlos Kajdacsy-Balla Amaral
Victoria A McCredie
Damon C Scales
Brian H Cuthbertson
Título original
Effect of oral chlorhexidine de-adoption and implementation of an oral care bundle on mortality for mechanically ventilated patients in the intensive care unit (CHORAL): a multi-center stepped wedge cluster-randomized controlled trial
Resumo

Resumo
Objetivo: A clorexidina oral é amplamente utilizada em pacientes em ventilação mecânica para prevenir a pneumonia, mas estudos recentes mostram uma associação com um aumento da mortalidade. Examinamos se deixar de adotar (de-adoption) clorexidina e a implementação paralela de um pacote padronizado de cuidados orais reduz a mortalidade na unidade de terapia intensiva (UTI) em pacientes em ventilação mecânica.
Métodos: Realizamos um estudo por conglomerados, escalonado e controlado com avaliação de processos simultâneos em 6 UTIs de Toronto, no Canadá. Os conglomerados foram randomizados para deixar de adotar (de-adoption) clorexidina e a implementação de um pacote de cuidados orais padronizados em intervalos de 2 meses. O desfecho primário foi a mortalidade na UTI. Os desfechos secundários foram o tempo até a ocorrência de complicações infecciosas associadas à ventilação mecânica (CIAVMs), dor durante procedimentos orais e disfunção da saúde oral. Uma análise exploratória post-hoc examinou o tempo até a extubação nos sobreviventes.
Resultados: O estudo incluiu um total de 3260 pacientes: 1560 no grupo controle e 1700 no grupo de intervenção. A mortalidade na UTI nos períodos de intervenção e controle foi de 399 (23,5%) e 330 (21,2%), respectivamente (odds ratio ajustado [aOR], 1,13; intervalo de confiança [IC] de 95% 0,82 a 1,54; p=0,46). O tempo até a ocorrência de CIAVMs (razão de risco ajustada [aHR], 1,06; IC 95% 0,44 a 2,57; p=0,90), o tempo até a extubação (aHR 1,03; IC 95% 0,85 a 1,23; p=0,79) (sobreviventes) e a dor durante procedimentos orais (aOR, 0,62; IC 95% 0,34 a 1,10; p=0,10) foram similares entre os períodos de controle e intervenção. Entretanto, os escores de disfunção da saúde oral (-0,96; IC 95% -1,75 a -0,17; p=0,02) melhoraram no período de intervenção.
Conclusão: Entre pacientes internados em UTI e em ventilação mecânica, não foi observado nenhum benefício relacionado a deixar de adotar (de-adoption) clorexidina e à implementação de um pacote de cuidados orais sobre a mortalidade na UTI, a ocorrência de CIAVMs, a dor durante procedimentos orais ou o tempo até a extubação. A intervenção pode melhorar a saúde oral.
 

Resumo original

Abstract
Purpose: Oral chlorhexidine is used widely for mechanically ventilated patients to prevent pneumonia, but recent studies show an association with excess mortality. We examined whether de-adoption of chlorhexidine and parallel implementation of a standardized oral care bundle reduces intensive care unit (ICU) mortality in mechanically ventilated patients.
Methods: A stepped wedge cluster-randomized controlled trial with concurrent process evaluation in 6 ICUs in Toronto, Canada. Clusters were randomized to de-adopt chlorhexidine and implement a standardized oral care bundle at 2-month intervals. The primary outcome was ICU mortality. Secondary outcomes were time to infection-related ventilator-associated complications (IVACs), oral procedural pain and oral health dysfunction. An exploratory post hoc analysis examined time to extubation in survivors.
Results: A total of 3260 patients were enrolled; 1560 control, 1700 intervention. ICU mortality for the intervention and control periods were 399 (23.5%) and 330 (21.2%), respectively (adjusted odds ratio [aOR], 1.13; 95% confidence interval [CI] 0.82 to 1.54; P = 0.46). Time to IVACs (adjusted hazard ratio [aHR], 1.06; 95% CI 0.44 to 2.57; P = 0.90), time to extubation (aHR 1.03; 95% CI 0.85 to 1.23; P = 0.79) (survivors) and oral procedural pain (aOR, 0.62; 95% CI 0.34 to 1.10; P = 0.10) were similar between control and intervention periods. However, oral health dysfunction scores (- 0.96; 95% CI - 1.75 to - 0.17; P = 0.02) improved in the intervention period.
Conclusion: Among mechanically ventilated ICU patients, no benefit was observed for de-adoption of chlorhexidine and implementation of an oral care bundle on ICU mortality, IVACs, oral procedural pain, or time to extubation. The intervention may improve oral health.

Revista
Intensive care medicine
Data de publicação
Volume
47
Fascículo
11
doi
10.1007/s00134-021-06475-2