Número de infecções de sítio cirúrgico, em cirurgias limpas, dividido pelo número total de cirurgias limpas, vezes 100.
Número de infecções de sítio cirúrgico, em cirurgias limpas, no período de estudo.
Número total de cirurgias limpas, no período de estudo.
Obs.: Devem ser contabilizadas as altas cirúrgicas e reinternações (no mesmo hospital).
A ANVISA (2009) recomenda um acúmulo mínimo (denominador) de 30 procedimentos no período considerado para o cálculo.
A ocorrência de uma infecção de sítio cirúrgico pode ter consequências clínicas que variam desde inflamações leves e insignificantes até dor e sofrimento consideráveis, deiscência de ferida, sepse e até mesmo a morte. Muitas vezes é necessário reoperar o paciente e prolongar a internação. A incidência de infecções de ferida pode ser reduzida com cuidados pré, intra e pós-operatórios adequados, particularmente a higiene estrita. Sabe-se há muito tempo que os profissionais de hospitais tendem a negligenciar medidas simples como a lavagem das mãos e o uso de desinfetantes.
O grau de contaminação do sítio cirúrgico está relacionado aos quatro níveis esperados de micro-organismos presentes no momento da incisão, relativos à flora bacteriana normal, à superação do grau normal de contaminação antes que o paciente se apresente à cirurgia ou à presença de infecção.
Dessa forma, recomenda-se que um indicador clínico usado para medir o nível de segurança do paciente dentro da instituição de saúde só calcule taxas de infecção em procedimentos cirúrgicos que se apresentem à cirurgia com o grau habitual de contaminação (cirurgias classificadas como "limpas").
Existem muitos fatores de risco extrínsecos e intrínsecos que aumentam a probabilidade de que um paciente cirúrgico adquira uma infecção, e alguns deles só contribuem na presença de outros. Entre os fatores de risco identificados como contribuintes importantes para as infecções estão a duração do procedimento cirúrgico, a condição clínica do paciente (gravidade), conforme a classificação da Sociedade Americana de Anestesia (ASA) e o grau de contaminação do sitio cirúrgico. Grandes bancos de dados podem permitir o ajuste estatístico dos fatores de risco de modo que as taxas resultantes reflitam uma população de pacientes com risco de infecção semelhante ou o cálculo de diversas taxas para diferentes níveis de risco. A maior parte das instituições de saúde não realiza o mesmo tipo de procedimento cirúrgico com frequência suficiente para estratificar suas taxas de infecção entre diversas categorias de risco. Entretanto, recomenda-se que as instituições de saúde considerem a coleta de dados sobre fatores de risco em todos os pacientes cirúrgicos que contribuam para o denominador de seu indicador clínico. A frequência destes fatores de risco pode então ser usada para descrever o nível de risco da maioria dos pacientes cirúrgicos em cada período de vigilância. Esta documentação irá determinar se o risco de infecção se alterou.
É recomendável a utilização de ajuste de riso. Entre os fatores de risco recomendados estão a classificação ASA, a duração do procedimento, procedimentos de emergência/não planejados e a profilaxia. A coleta de dados sobre fatores de risco serve para uso local, não sendo necessária para fins de notificação.
Tipo de cirurgia; tipo de unidade
Deve ser considerado que pode ser difícil obter documentação consistente e precisa sobre a classificação das cirurgias por potencial de contaminação da incisão cirúrgica.
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