Segurança de produtos do sangue
Muitos países têm se concentrado em melhorar a segurança dos produtos do sangue nas últimas décadas. A Organização Mundial da Saúde promove esforços para melhorar o acesso a transfusões e produtos do sangue seguros em todo o mundo. A segurança dos produtos do sangue começa com o recrutamento de doadores e inclui:
• ênfase na informação pré-doação;
• coleta, preparação e análise de componentes do sangue;
• coleta de informações pós-doação;
• rotulagem dos produtos do sangue para distribuição;
• manipulação dos produtos do sangue no inventário hospitalar;
• transfusão para o paciente por profissionais do hospital;
• hemovigilância e melhoria da qualidade clínica para garantir a segurança do paciente e reduzir a morbidade e mortalidade associadas à transfusão de sangue.
Vários métodos são empregados para reduzir o risco das transfusões de sangue e melhorar a segurança dos produtos do sangue. Foram estabelecidas intervenções em todas as etapas do processo, desde antes da coleta do sangue até o acompanhamento dos receptores pós-transfusão. Foram feitas melhorias na coleta, armazenamento, manipulação, distribuição, utilização e monitoramento das transfusões.
As medidas para melhorar a segurança começam antes mesmo da coleta do sangue. É importante contar com o compromisso do governo e de organizações profissionais para melhorar a segurança dos produtos do sangue. Outros aspectos importantes para melhorar a segurança incluem a formação adequada dos profissionais, juntamente com uma organização dedicada e diligente que supervisione a doação, a testagem e a transfusão. O recrutamento de doadores de sangue é outro elemento importante para garantir a segurança dos produtos do sangue. Doadores voluntários não remunerados têm as menores taxas de infecções associadas à transfusão e são a população ideal para o recrutamento de doadores. Atualmente, a tendência é uma menor utilização de doadores "de substituição" e "familiares". As perguntas feitas durante a triagem de doadores representam uma camada de defesa adicional para melhorar a segurança dos produtos do sangue. Essas perguntas são o elemento mais significativo na redução da ocorrência de infecções transmitidas por transfusão. Os doadores são classificados com base em critérios desenvolvidos para aumentar a segurança tanto do doador como do possível receptor. Um doador pode ser impedido de doar durante um período (como no caso de anemia) ou indefinidamente (como no caso de infecção por HIV confirmada). Os testes laboratoriais de doações de sangue também acrescentam uma camada de proteção contra os eventos adversos associados à transfusão. São feitos testes de compatibilidade de grupos sanguíneos, juntamente com outros testes de anticorpos e testes moleculares para a detecção de infecções transmissíveis por transfusão. Diretrizes para garantir o uso diligente e apropriado da transfusão de sangue melhoram a segurança e reduzem a ocorrência de resultados adversos para os pacientes que recebem uma transfusão. A correlação clínica rigorosa e o monitoramento de respostas sintomáticas também melhoram os resultados para os pacientes. O monitoramento da transfusão tem melhorado ao longo do tempo, com maior ênfase na detecção e avaliação precisas das reações transfusionais. As alternativas à transfusão e opções com maior prazo de validade vêm aumentando as possibilidades de uso da transfusão e têm potencial para melhorar a disponibilidade de sangue. A Figura 1 apresenta um resumo das estratégias usadas para reduzir os riscos associados ao sangue e seus produtos.