Consistência do monitoramento da segurança usando bases de dados nacionais com informações de rotina: resultados do uso de um modelo interpretativo da qualidade do cuidado
CONTEXTO: No âmbito das ações orientadas para o monitoramento contínuo da segurança, o nosso objetivo foi avaliar a consistência dos indicadores derivados de bases de dados disponíveis para a notificação regular. MÉTODOS: Utilizamos um modelo interpretativo da qualidade do cuidado para selecionar características de cinco bases de dados nacionais, agregadas e interligadas por grupos homogêneos de prestadores. A população-alvo incluiu todos os pacientes internados em hospitais públicos de cuidado agudo em quatro regiões da Itália entre 2011 e 2013. A associação entre estruturas, processos e resultados de segurança foi investigada usando odds ratios a partir da regressão logística de equações de estimativas generalizadas. Os resultados incluíram queixas por má prática médica e cinco indicadores de segurança do paciente calculados a partir de resumos de alta usando algoritmos padronizados. RESULTADOS: Ao longo de três anos, as queixas por má prática e a ocorrência de sepse aumentaram, enquanto a ocorrência de trombose venosa profunda e embolia pulmonar diminuiu. Em comparação com os hospitais com baixo volume de altas hospitalares, os hospitais com alto volume apresentaram taxas 16% mais baixas de queixas, mas um risco de sepse 12% mais alto. Em comparação com institutos de pesquisa, os hospitais universitários tiveram taxas de queixas 17% mais baixas e um número de casos de deiscência 41% mais baixo, mas com um aumento de 32% no risco de trombose venosa profunda. As autoridades de saúde locais registraram uma ocorrência de trombose venosa profunda 49% mais baixa, de embolia pulmonar 26% mais baixa, de sepse 40% mais baixa e um risco de queixas 37% mais alto. Os hospitais que demonstraram casos de práticas seguras e implementaram recomendações de segurança apresentaram taxas significativamente mais altas na maioria dos indicadores de resultado. CONCLUSÕES: Os indicadores derivados de bases de dados regulares podem ser convenientemente utilizados para desenvolver um sistema nacional de monitoramento da segurança do cuidado hospitalar. Embora seja necessária uma análise mais aprofundada, as instituições com maior propensão a implementar práticas e recomendações de segurança apresentaram consistentemente taxas mais altas de eventos adversos.
BACKGROUND: In the framework of targeted action for continuous safety monitoring, we aimed to evaluate the consistency of indicators derived from available databases for regular reporting. METHODS: We used a quality of care interpretative model to select characteristics from five national databases, aggregated and linked by homogeneous groups of providers. The target population included all subjects admitted to public hospitals for acute care in four regions of Italy between 2011 and 2013. The association between structures, processes and safety-related outcomes was investigated using odds ratios from generalized estimating equations logistic regression. Outcome measures included claims of malpractice and five patient safety indicators calculated from discharge abstracts using standardized algorithms. RESULTS: Over 3 years, claims of malpractice and sepsis increased, whereas deep vein thrombosis and pulmonary embolism decreased. Hospitals with high vs. low volume of discharges were associated with -16% lower rates of claims, but +12% increased risk of sepsis. Compared with research institutes, university clinics had -17% lower rates of claims and -41% cases of dehiscence, with a +32% increased risk of deep vein thrombosis. Local health care authorities recorded -49% deep vein thrombosis, -26% pulmonary embolism, -40% sepsis and +37% risk of claims. Hospitals submitting cases of safe practices and implementing safety recommendations showed significantly higher rates for most outcome measures. CONCLUSIONS: Indicators from regular databases can be conveniently used to develop a national safety monitoring system for hospital care. Although deeper analysis is needed, institutions with a higher propensity to implement safe practices and recommendations consistently showed higher rates of adverse events.