Cultura de segurança do paciente em maternidades: uma revisão
Resumo
Objetivo: Este trabalho teve como objetivo resumir estudos que examinassem a cultura de segurança do paciente (CSP) em maternidades e descrever os diferentes objetivos, desenhos experimentais e ferramentas utilizados nesses estudos, destacando também as lacunas na literatura.
Desenho/metodologia/abordagem: Fizemos uma revisão narrativa de estudos submetidos à revisão por pares, publicados em inglês entre 1961 e 2016 e incluídos em oito bases de dados eletrônicas.
Conclusões: Entre os 100 artigos considerados, 28 cumpriram os critérios de inclusão. Os principais objetivos dos estudos incluídos foram: avaliar os efeitos de intervenções sobre a CSP (n=17) e avaliar o nível de CSP (n=7). A principal forma de avaliação da CSP foi por métodos quantitativos usando questionários validados (n=23). O Questionário de Atitudes de Segurança foi o questionário utilizado com mais frequência (n=17). As intervenções variaram de uma única ação com duração de cinco semanas até um pacote de medidas mais abrangente com duração de quatro anos. O tempo entre a avaliação na linha de base e a avaliação de acompanhamento variou de 6 a 24 meses. Nenhum estudo descreveu os custos da medição ou da intervenção ou incorporou as perspectivas das pacientes na avaliação da CSP.
Implicações práticas: A avaliação da CSP em maternidades pelo uso de questionários validados é viável. As intervenções para melhorar a CSP não foram avaliadas rigorosamente. Estudos futuros devem descrever os custos da medição da CSP, utilizar desenhos de avaliação mais rigorosos e encontrar maneiras de incorporar as perspectivas das pacientes.
Originalidade/valor: Esta revisão resumiu estudos que examinaram a CSP em uma área extremamente importante e destacou as principais limitações que os estudos futuros devem considerar.
Palavras-chave: maternidade; obstetrícia; clima de segurança do paciente; cultura de segurança do paciente; revisão.
Abstract
Purpose: The purpose of this paper is to summarize studies that have examined patient safety culture in maternity units and describe the different purposes, study designs and tools reported in these studies while highlighting gaps in the literature.
Design/methodology/approach: Peer-reviewed studies, published in English during 1961-2016 across eight electronic databases, were subjected to a narrative literature review.
Findings: Among 100 articles considered, 28 met the inclusion criteria. The main purposes for studying PSC were: assessing intervention effects on PSC (n=17), and assessing PSC level (n=7). Patient safety culture was mostly assessed quantitatively using validated questionnaires (n=23). The Safety Attitude Questionnaire was the most commonly used questionnaire (n=17). Interventions varied from a single action lasting five weeks to a more comprehensive four year package. The time between baseline and follow-up assessment varied from 6 to 24 months. No study reported measurement or intervention costs, and none incorporated the patient's voice in assessing PSC.
Practical implications: Assessing PSC in maternity units is feasible using validated questionnaires. Interventions to enhance PSC have not been rigorously evaluated. Future studies should report PSC measurement costs, adopt more rigorous evaluation designs and find ways to incorporate the patient's voice.
Originality/value: This review summarized studies examining PSC in a highly important area and highlighted main limitations that future studies should consider.
Keywords: Maternity; Obstetrics; Patient safety climate; Patient safety culture; Review.