Avanços na segurança do paciente por meio da aplicação clínica de um referencial focado na comunicação

Objetivos: O estudo da comunicação evoluiu a partir de diversas disciplinas acadêmicas, mas esses diferentes campos não estão bem representados em referenciais teóricos que descrevem a comunicação na área da saúde, o que restringe nossa capacidade de explicar como a comunicação afeta a segurança do paciente. O objetivo deste artigo de revisão é descrever um modelo conceitual de comunicação elaborado a partir de múltiplas disciplinas acadêmicas e aplicá-lo aos cuidados de saúde, especificamente para examinar a comunicação entre provedores sobre o cuidado clínico de seus pacientes. Métodos: Um artigo seminal no campo da comunicação que tentou mapear todo o campo da teoria da comunicação inspirou nosso modelo conceitual. Esses conceitos foram adaptados, em grande parte a partir da literatura de ciências sociais, para encontrar formas alternativas de conceituar a comunicação e maneiras de potencializá-la na área de saúde. Resultados: Existem oito tradições teóricas que fundamentaram nosso modelo conceitual: retórica, fenomenológica, semiótica, cibernética, sociopsicológica, sociocultural, crítica e pragmática. Apresentamos aplicações práticas e clínicas de nosso modelo conceitual, englobando a natureza interpessoal da comunicação, a construção de relacionamentos e confiança, diferenças hierárquicas e o papel da tecnologia na comunicação. Ao adotar nosso modelo conceitual, sugerimos que pesquisadores e clínicos possam escolher entre qualquer combinação dessas oito tradições teóricas para descrever mais detalhadamente e, em última análise, aprimorar os fenômenos relacionados à comunicação. Conclusões: A má comunicação continua sendo um problema persistente nos cuidados de saúde, em parte por causa de uma abordagem teórica e de definição restrita para resolvê-lo. Nosso modelo conceitual sugere maneiras de construir relacionamentos e confiança, aborda diferenças hierárquicas entre os comunicadores e elucida o papel da tecnologia na comunicação. Também é importante expandir a definição do valor da comunicação para além da simples troca de informações a fim de incluir a criação de novos conhecimentos durante a comunicação pelo desenvolvimento de uma compreensão compartilhada. Copyright © 2018 Wolters Kluwer Health, Inc. Todos os direitos reservados.
 

Objectives: The study of communication has evolved from diverse academic disciplines, yet those diverse fields are not well represented in theoretical frameworks that describe communication in health care, narrowing our ability to explain how communication affects patient safety. The purpose of this review article is to describe a conceptual framework of communication drawn from multiple academic disciplines and apply it to health care, specifically for examining communication between providers about the clinical care of their patients. Methods: A seminal article in the field of communication that attempted to map the entire field of communication theory inspired our conceptual framework. We adapted these concepts, largely from the social science literature, to find alternative ways of conceptualizing communication and ways to enhance communication in health care. Results: There are 8 theoretical traditions that informed our conceptual framework: rhetorical, phenomenological, semiotic, cybernetic, sociopsychological, sociocultural, critical, and pragmatic. We provide practical, clinical applications of our conceptual framework, encompassing the interpersonal nature of communication, relationship building and trust, hierarchical differences, and the role of technology in communication. In adopting our conceptual framework, we suggest that researchers and clinicians can choose from any combination of these 8 theoretical traditions to more fully describe and ultimately enhance communication-related phenomena. Conclusions: Poor communication remains a stubborn problem in health care in part because of a narrow theoretical and definitional approach to resolving it. Our conceptual framework suggests ways to build relationships and trust, addresses hierarchical differences between communicators, and illuminates the role of technology in communication. It also importantly expands the definition of the value of communication beyond simple information exchange to include creation of new knowledge during communication through the development of shared understanding. Copyright © 2018 Wolters Kluwer Health, Inc. All rights reserved.