Prevenção e controle de infecções em hospitais de cuidados terciários de Bangladesh: resultados do referencial de avaliação de prevenção e controle de infecções da OMS (IPCAF)
Resumo
Introdução: A prevenção e o controle de infecções (PCI) em ambientes de cuidado são imperativos para a segurança dos pacientes, bem como dos prestadores de cuidados de saúde. Para medir as atividades, recursos e lacunas atuais de PCI nas instituições, a OMS desenvolveu o Referencial de Avaliação de Prevenção e Controle de Infecções (IPCAF). Este estudo teve como objetivo avaliar o nível existente de PCI em hospitais de atendimento terciário selecionados em Bangladesh durante a pandemia de COVID-19 usando IPCAF para explorar seus pontos fortes e déficits.
Métodos: Entre setembro e dezembro de 2020, avaliamos onze hospitais de atendimento terciário em Bangladesh. Coletamos as informações da pessoa focal de PCI e/ou do administrador do hospital de cada hospital usando a ferramenta de avaliação do IPCAF. O escore foi calculado com base em oito componentes principais e usado para categorizar os hospitais em quatro níveis distintos de PCI: Inadequado, Básico, Intermediário e Avançado. As principais métricas de desempenho foram resumidas dentro e entre hospitais.
Resultados: A mediana geral da pontuação do IPCAF foi de 355,0 (IIQ: 252,5-397,5) de 800. A maioria (73%) dos hospitais pontuou como nível “Básico” de PCI, enquanto apenas 18% dos hospitais foram classificados como “Intermediário”. A maioria dos hospitais tinha diretrizes de PCI, bem como ambientes, materiais e equipamentos. Embora 64% dos hospitais tivessem orientação e programa de treinamento de PCI para novos funcionários, apenas 30% dos hospitais tinham um programa regular de treinamento de PCI para a equipe. Nenhum dos hospitais possuía um sistema de vigilância de PCI com definições-padrão de casos de vigilância para rastrear IRAS. Cerca de 90% dos hospitais não possuíam um sistema ativo de monitoramento e auditoria do PCI. Metade dos hospitais tinha pessoal inadequado considerando a carga de trabalho. A ocupação de leitos de um paciente por leito em todas as unidades foi encontrada em 55% dos hospitais. Cerca de 73% dos hospitais tinham estações funcionais de higiene das mãos, mas havia banheiros suficientes disponíveis em apenas 37% dos hospitais.
Conclusão: A maioria dos hospitais de atendimento terciário amostrados demonstra nível inadequado de PCI para garantir a segurança dos profissionais de saúde, pacientes e visitantes. Programas de melhoria da qualidade e mecanismos de feedback devem ser implementados para fortalecer todos os componentes centrais de PCI, particularmente vigilância, monitoramento, educação e treinamento de PCI, para melhorar a segurança e a resiliência dos cuidados de saúde.
Abstract
Introduction: Infection prevention and control (IPC) in healthcare settings is imperative for the safety of patients as well as healthcare providers. To measure current IPC activities, resources, and gaps at the facility level, WHO has developed the Infection Prevention and Control Assessment Framework (IPCAF). This study aimed to assess the existing IPC level of selected tertiary care hospitals in Bangladesh during the COVID-19 pandemic using IPCAF to explore their strengths and deficits.
Methods: Between September and December 2020, we assessed 11 tertiary-care hospitals across Bangladesh. We collected the information from IPC focal person and/or hospital administrator from each hospital using the IPCAF assessment tool.. The score was calculated based on eight core components and was used to categorize the hospitals into four distinct IPC levels- Inadequate, Basic, Intermediate, and Advanced. Key performance metrics were summarized within and between hospitals.
Results: The overall median IPCAF score was 355.0 (IQR: 252.5-397.5) out of 800. The majority (73%) of hospitals scored as 'Basic' IPC level, while only 18% of hospitals were categorized as 'Intermediate'. Most hospitals had IPC guidelines as well as environments, materials and equipments. Although 64% of hospitals had IPC orientation and training program for new employees, only 30% of hospitals had regular IPC training program for the staff. None of the hospitals had an IPC surveillance system with standard surveillance case definitions to track HAIs. Around 90% of hospitals did not have an active IPC monitoring and audit system. Half of the hospitals had inadequate staffing considering the workload. Bed occupancy of one patient per bed in all units was found in 55% of hospitals. About 73% of hospitals had functional hand hygiene stations, but sufficient toilets were available in only 37% of hospitals.
Conclusion: The majority of sampled tertiary care hospitals demonstrate inadequate IPC level to ensure the safety of healthcare workers, patients, and visitors. Quality improvement programs and feedback mechanisms should be implemented to strengthen all IPC core components, particularly IPC surveillance, monitoring, education, and training, to improve healthcare safety and resilience.
