Preditores em nível organizacional e individual da qualidade dos cuidados de enfermeiros na atenção primária: um estudo multinível na China
Objetivos: O conhecimento dos preditores da qualidade e segurança da enfermagem continua sendo uma lacuna na pesquisa global em atenção primária. Este estudo examina os preditores da qualidade do cuidado, no nível organizacional e de enfermagem, relatada por enfermeiros a partir de uma perspectiva gerencial. Métodos: Recrutamos 175 enfermeiros de cuidados primários em 38 centros de saúde comunitários (CSC), variando por tamanho e propriedade em Jinan, Tianjin, Shenzhen e Xangai. Guiados pelo modelo da Iniciativa de Engenharia de Sistemas para Segurança do Paciente, os preditores organizacionais incluíam estrutura e cultura organizacionais, segurança psicológica e suporte organizacional, enquanto os preditores da enfermagem incluíam comprometimento organizacional e comportamento de cidadania organizacional. A qualidade do cuidado relatada pela enfermagem foi medida por duas perguntas: "Como você classifica a qualidade do cuidado que você presta?" e "Você costuma receber reclamações de pacientes ou seus familiares no trabalho?". Modelos de regressão linear multinível foram usados para examinar os preditores da qualidade do cuidado relatada pela enfermagem. Resultados: Entre os quatro preditores organizacionais, a estrutura organizacional, a segurança psicológica e o apoio organizacional foram preditores positivos da qualidade dos cuidados relatados pelos enfermeiros. Enfermeiros que trabalham em CSC com estruturas organizacionais altamente hierárquicas (Coef. = 0,196, p = 0,000), um alto nível de apoio organizacional (Coef. = 0,158, p = 0,017) e um alto nível de segurança psicológica (Coef. = 0,159, p = 0,035) eram mais propensos a relatar alta qualidade de cuidado ou menos propensos a receber queixas médicas. Em termos de preditores de enfermagem, os enfermeiros dispostos a aumentar seus conhecimentos por meio da educação continuada eram mais propensos a relatar uma boa qualidade de atendimento (Coef. = 0,107, p = 0,049) e menos propensos a receber queixas médicas dos pacientes (Coef. = 0,165, p = 0,041). Conclusões: As possíveis alavancas de gestão para melhorar a qualidade dos cuidados de enfermagem incluem estruturas organizacionais formalizadas, forte apoio organizacional e um ambiente psicologicamente seguro, bem como o fornecimento de treinamentos para facilitar a educação contínua. A implementação dessas recomendações provavelmente melhorará a qualidade da enfermagem na atenção primária.
Objectives: Knowledge of the predictors of nursing quality and safety remains a gap in global primary care research. This study examines organisational-level and nurse-level predictors of nurse-reported quality of care from a management perspective. Methods: We recruited 175 primary care nurses in 38 community health centres (CHCs) varying by size and ownership in Jinan, Tianjin, Shenzhen and Shanghai. Guided by the Systems Engineering Initiative for Patient Safety model, the organisation-level predictors comprised organisational structure, organisational culture, psychological safety and organisational support, while the nurse-level predictors included organisational commitment and organisational citizenship behaviour. Nurse-reported quality of care was measured by two questions: “How do you rate the quality of care that you provide?” and “Do you often receive complaints from patients or their family members at work?” Multilevel linear regression models were used to examine the predictors of nurse-reported quality of care. Results: Among the four organisation-level predictors, organisational structure, psychological safety and organisational support were positive predictors of nurse-reported quality of care. Nurses working in CHCs with highly hierarchical organisational structures (Coef. = 0.196, p = 0.000), a high level of organisational support (Coef. = 0.158, p = 0.017) and a high level of psychological safety (Coef. = 0.159, p = 0.035) were more likely to report high quality of care or less likely to receive medical complaints. In terms of nurse-level predictors, nurses willing to increase their knowledge through continuous education were more likely to report good quality of care (Coef. = 0.107, p = 0.049) and less likely to receive medical complaints from patients (Coef. = 0.165, p = 0.041). Conclusions: Potential management levers to improve quality of nursing care include formalised organisational structures, strong organisational support and a psychologically safe environment as well as the provision of training to facilitate continuous education. Implementing these recommendations is likely to enhance the nursing quality in primary care.