Passagens de casos de pacientes e perspectivas de estagiários de múltiplas especialidades em uma instituição: recomendações informativas para sistemas de saúde e uma estrutura conceitual ampliada para passagens de casos
Contexto: As passagens de casos seguras e eficazes de médico para médico são essenciais para a segurança do paciente. Infelizmente, as passagens de caso mal feitas continuam a ser uma das principais causas de erros. Desenvolver uma melhor compreensão dos desafios enfrentados pelos profissionais de saúde é fundamental para lidar com essa ameaça contínua à segurança do paciente. Este estudo aborda a lacuna na literatura que explora perspectivas amplas e interespecializadas dos estagiários em torno das passagens de caso e fornece um conjunto de recomendações informadas pelos estagiários para programas de treinamento e instituições. Métodos: Usando um paradigma construtivista, os autores conduziram um estudo de método misto simultâneo/incorporado para investigar as experiências dos estagiários com passagens de casos de pacientes no Stanford University Hospital, um grande centro médico acadêmico. Os autores desenharam e aplicaram um instrumento de pesquisa incluindo perguntas do tipo Likert e abertas para solicitar informações sobre as experiências dos estagiários de várias especialidades. Os autores realizaram uma análise temática das respostas abertas. Resultados: 687/1.138 (60,4%) dos residentes e bolsistas responderam à pesquisa, representando 46 programas de treinamento e mais de 30 especialidades. Houve uma grande variabilidade no conteúdo e processo de passagem de caso, notavelmente o status da codificação não sendo mencionado de forma consistente em um terço das vezes para pacientes que não estavam com a codificação completa. Supervisão e feedback sobre passagens de casos foram fornecidos de forma inconsitente. Os estagiários identificaram vários problemas no nível dos sistemas de saúde que complicaram as passagens de caso e sugeriram soluções para essas ameaças. Nossa análise temática identificou cinco aspectos importantes das passagens de casos: (1) elementos da passagem de caso, (2) fatores no nível dos sistemas de saúde, (3) impacto da passagem de caso, (4) agência (obrigações) e (5) culpa e vergonha. Conclusões: Sistemas de saúde, questões interpessoais e intrapessoais afetam a comunicação da passagem de caso. Os autores propõem um referencial ampliado para passagens de caso eficazes e fornecem um conjunto de recomendações informadas por estagiários para programas de treinamento e instituições patrocinadoras. Questões culturais e de sistemas de saúde devem ser priorizadas e abordadas, pois uma corrente de culpa e vergonha permeia o ambiente clínico.
Background: Safe and effective physician-to-physician patient handoffs are integral to patient safety. Unfortunately, poor handoffs continue to be a major cause of medical errors. Developing a better understanding of challenges faced by health care providers is critical to address this continued patient safety threat. This study addresses the gap in the literature exploring broad, cross-specialty trainee perspectives around handoffs and provides a set of trainee-informed recommendations for both training programs and institutions. Methods: Using a constructivist paradigm, the authors conducted a concurrent/embedded mixed method study to investigate trainees’ experiences with patient handoffs across Stanford University Hospital, a large academic medical center. The authors designed and administered a survey instrument including Likert-style and open-ended questions to solicit information about trainee experiences from multiple specialties. The authors performed a thematic analysis of open-ended responses. Results: 687/1138 (60.4%) of residents and fellows responded to the survey, representing 46 training programs and over 30 specialties. There was wide variability in handoff content and process, most notably code status not being consistently mentioned a third of the time for patients who were not full code. Supervision and feedback about handoffs were inconsistently provided. Trainees identified multiple health-systems level issues that complicated handoffs and suggested solutions to these threats. Our thematic analysis identified five important aspects of handoffs: (1) handoff elements, (2) health-systems-level factors, (3) impact of the handoff, (4) agency (duty), and (5) blame and shame. Conclusions: Health systems, interpersonal, and intrapersonal issues affect handoff communication. The authors propose an expanded theoretical framework for effective patient handoffs and provide a set of trainee-informed recommendations for training programs and sponsoring institutions. Cultural and health-systems issues must be prioritized and addressed, as an undercurrent of blame and shame permeates the clinical environment.