Intervenções para lidar com comportamentos não profissionais entre profissionais da saúde no cuidado agudo: o que funciona para quem e por quê? Uma revisão realista
Contexto: O comportamento não profissional (CNP) entre profissionais envolve vários tipos de comportamento, incluindo descortesia, microagressões, assédio e bullying. O CNP é generalizado em ambientes de cuidado agudo e afeta desproporcionalmente os profissionais de grupos minoritários. O CNP tem efeitos prejudiciais para o bem-estar dos profissionais, a segurança do paciente e os recursos organizacionais. Embora tenham sido implementadas intervenções para mitigar o CNP, a compreensão sobre como e por que essas intervenções podem funcionar, e para quem, ainda é limitada. Métodos: Este estudo utilizou uma metodologia de revisão realista com grupos de interesse para melhorar a compreensão sobre essas intervenções complexas e dependentes do contexto. Formulamos as teorias iniciais do programa com base em pesquisas exploratórias e relatórios já conhecidos pela equipe do estudo. A seguir, conduzimos pesquisas sistemáticas propositais em bases de dados para compilar a literatura publicada e cinzenta. Selecionamos os artigos relevantes para o CNP em ambientes de cuidado agudo, considerando o rigor e a relevância dos estudos. Fizemos a extração e síntese dos dados desses artigos e testamos as teorias iniciais, para produzir então as teorias refinadas do programa. Resultados: Dos 2.977 artigos não duplicados identificados, selecionamos 148 artigos de texto completo, dos quais 42 descreviam intervenções para lidar com o CNP em ambientes de cuidado agudo. As intervenções se basearam em 13 tipos de estratégias para a modificação de comportamentos e foram classificadas em cinco tipos de intervenção: (1) sessão única (uma única intervenção), (2) múltiplas sessões, (3) uma ou mais sessões combinadas com outras ações (por exemplo, sessões de treinamento associadas a um código de conduta), (4) programas de responsabilização profissional e notificação e (5) intervenções estruturadas de mudança cultural. Formulamos 55 configurações do tipo contexto-mecanismo-resultado para explicar como, por que e quando essas intervenções funcionam. Identificamos 12 dinâmicas-chave a serem consideradas no design das intervenções, incluindo a importância de lidar com os fatores contribuintes sistêmicos, restabelecer a confiança nos administradores e promover uma cultura de segurança psicológica; 15 princípios de implementação foram identificados para abordar essas dinâmicas. Conclusões: As intervenções para lidar com o CNP ainda estão em uma fase inicial de desenvolvimento e sua eficácia para reduzir o CNP e melhorar a segurança do paciente não está clara. As intervenções futuras devem incorporar os conhecimentos da ciência da implementação e da ciência comportamental para afetar a mudança de comportamento, basear-se em múltiplas estratégias simultâneas para lidar com os fatores contribuintes sistêmicos para o CNP e considerar os impactos desproporcionais do CNP sobre grupos minoritários. Registro do estudo: Este estudo foi registrado na base de dados internacional de revisões sistemáticas prospectivas no setor da saúde e assistência social (PROSPERO): h
BACKGROUND: Unprofessional behaviour (UB) between staff encompasses various behaviours, including incivility, microaggressions, harassment, and bullying. UB is pervasive in acute healthcare settings and disproportionately impacts minoritised staff. UB has detrimental effects on staff wellbeing, patient safety and organisational resources. While interventions have been implemented to mitigate UB, there is limited understanding of how and why they may work and for whom. METHODS: This study utilised a realist review methodology with stakeholder input to improve understanding of these complex context-dependent interventions. Initial programme theories were formulated drawing upon scoping searches and reports known to the study team. Purposive systematic searches were conducted to gather grey and published global literature from databases. Documents were selected if relevant to UB in acute care settings while considering rigour and relevance. Data were extracted from these reports, synthesised, and initial theories tested, to produce refined programme theories. RESULTS: Of 2977 deduplicated records, 148 full text reports were included with 42 reports describing interventions to address UB in acute healthcare settings. Interventions drew on 13 types of behaviour change strategies and were categorised into five types of intervention (1) single session (i.e. one off); (2) multiple session; (3) single or multiple sessions combined with other actions (e.g. training sessions plus a code of conduct); (4) professional accountability and reporting programmes and; (5) structured culture change interventions. We formulated 55 context-mechanism-outcome configurations to explain how, why, and when these interventions work. We identified twelve key dynamics to consider in intervention design, including importance of addressing systemic contributors, rebuilding trust in managers, and promoting a psychologically safe culture; fifteen implementation principles were identified to address these dynamics. CONCLUSIONS: Interventions to address UB are still at an early stage of development, and their effectiveness to reduce UB and improve patient safety is unclear. Future interventions should incorporate knowledge from behavioural and implementation science to affect behaviour change; draw on multiple concurrent strategies to address systemic contributors to UB; and consider the undue burden of UB on minoritised groups. STUDY REGISTRATION: This study was registered on the international database of prospectively registered systematic reviews in health and social care (PROSPERO): https://www.crd.york.ac.uk/prospero/display_record.php?ID=CRD42021255490