Disparidades raciais e étnicas em resultados comuns de segurança do paciente em uma coorte de crianças internadas
Contexto: Evidências emergentes mostram disparidades raciais e étnicas nas taxas de danos entre crianças hospitalizadas. Trabalhos anteriores também demonstraram que abordagens altamente heterogêneas para a coleta de dados sobre raça e etnia representam desafios para análises ao nível populacional. Este trabalho procura criar uma abordagem para a agregação de dados de segurança de diversos hospitais por raça e etnia e aplicar essa abordagem à análise de possíveis disparidades em condições nas quais os danos ocorrem com alta frequência. Métodos: Neste estudo transversal e multicêntrico, uma coorte de hospitais da rede Solutions for Patient Safety, com sistemas variados de coleta de dados sobre raça e etnia, enviou dados validados sobre infecções da corrente sanguínea associadas a cateteres centrais (ICS-CVCs) e extubação não planejada (ENP), estratificados segundo a raça e etnia do paciente. Os dados foram enviados usando um sistema criado pela equipe de estudo para conciliar as diversas abordagens para a coleta de dados nos hospitais participantes. As taxas de danos por raça e etnia foram comparadas com valores de referência representativos da coorte e da população mais ampla do hospital pediátrico. Resultados: Foram identificadas disparidades raciais e étnicas em ambos os tipos de dano. Pacientes multirraciais hispânicos, hispânicos combinados e nativos havaianos ou de outras ilhas do Pacífico tiveram taxas de ICS-CVCs de 2,6 a 3,6 DP acima dos valores de referência. Entre pacientes negros ou afro-americanos, as taxas de ENP foram 3,2 a 4,4 DP mais altas. As taxas de ambos os eventos em pacientes brancos foram significativamente mais baixas do que os valores de referência. CONCLUSÕES: A combinação de dados sobre danos entre hospitais com diferentes sistemas de coleta de informações sobre raça e etnia foi realizada pelo desenvolvimento iterativo de um referencial de categorias de raça e etnia. Identificamos disparidades raciais e étnicas na ocorrência de ICS-CVCs e ENPs, que poderão ser abordadas em futuros trabalhos de melhoria pela identificação e modificação dos fatores ligados à prestação do cuidado que contribuem para as disparidades na segurança.
BACKGROUND: Emerging evidence has shown racial and ethnic disparities in rates of harm for hospitalised children. Previous work has also demonstrated how highly heterogeneous approaches to collection of race and ethnicity data pose challenges to population-level analyses. This work aims to both create an approach to aggregating safety data from multiple hospitals by race and ethnicity and apply the approach to the examination of potential disparities in high-frequency harm conditions. METHODS: In this cross-sectional, multicentre study, a cohort of hospitals from the Solutions for Patient Safety network with varying race and ethnicity data collection systems submitted validated central line-associated bloodstream infection (CLABSI) and unplanned extubation (UE) data stratified by patient race and ethnicity categories. Data were submitted using a crosswalk created by the study team that reconciled varying approaches to race and ethnicity data collection by participating hospitals. Harm rates for race and ethnicity categories were compared with reference values reflective of the cohort and broader children's hospital population. RESULTS: Racial and ethnic disparities were identified in both harm types. Multiracial Hispanic, Combined Hispanic and Native Hawaiian or other Pacific Islander patients had CLABSI rates of 2.6-3.6 SD above reference values. For Black or African American patients, UE rates were 3.2-4.4 SD higher. Rates of both events in White patients were significantly lower than reference values. CONCLUSIONS: The combination of harm data across hospitals with varying race and ethnicity collection systems was accomplished through iterative development of a race and ethnicity category framework. We identified racial and ethnic disparities in CLABSI and UE that can be addressed in future improvement work by identifying and modifying care delivery factors that contribute to safety disparities.