Objetivo: A insuficiência cardíaca congestiva é uma importante causa de morbidade e mortalidade. Apesar de haver vários ensaios clínicos randomizados comparando os B2-bloqueadores com placebo no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva, não há nenhuma meta-análise recente quantificando seu efeito sobre a mortalidade e morbidade.
Fontes de dados: Os bancos de dados eletrônicos da MEDLINE, Cochrane e Web of Science foram pesquisados no período de 1966 a julho de 2000. As referências também foram identificadas a partir das bibliografias de artigos pertinentes.
Seleção de estudos: Foram incluídos todos os ensaios clínicos randomizados de B2-bloqueadores versus placebo na insuficiência cardíaca congestiva crônica. Extração de dados: Seguiu-se um protocolo específico para extrair dados sobre as características dos pacientes, o B2-bloqueador usado, a mortalidade geral, as internações por insuficiência cardíaca congestiva e a qualidade do estudo.
Análise dos dados: Um modelo hierárquico de efeitos aleatórios foi usado para sintetizar os resultados. Identificou-se um total de 22 estudos que envolveram 10.135 pacientes. Houve 624 mortes entre 4.862 pacientes escolhidos aleatoriamente para receber placebo e 444 mortes entre 5.273 pacientes escolhidos para a terapia com B2-bloqueador. Nestes grupos, 754 e 540 pacientes, respectivamente, precisaram ser internados por insuficiência cardíaca congestiva. A probabilidade de que a terapia com B2-bloqueador tenha reduzido a mortalidade e as internações totais por insuficiência cardíaca congestiva foi de quase 100%. As melhores estimativas destas vantagens indicam 3,8 vidas salvas e 4 internações a menos por 100 pacientes tratados no primeiro ano após a terapia. A probabilidade de que estes benefícios sejam clinicamente significativos (>2 vidas salvas ou >2 internações a menos por 100 pacientes tratados) é de 99%. Tanto os B2-bloqueadores seletivos como os não-seletivos produziram estes efeitos salutares. Os resultados são robustos o suficiente para resistir a qualquer viés de publicação razoável.
Conclusões: A terapia com ?-bloqueadores está associada a reduções clinicamente significativas na mortalidade e morbidade de pacientes com insuficiência cardíaca congestiva estável e deve ser oferecida rotineiramente a todos os pacientes semelhantes aos que estão incluídos nos estudos.
Purpose: Congestive heart failure is an important cause of patient morbidity and mortality. Although several randomized clinical trials have compared b-blockers with placebo for treatment of congestive heart failure, a meta-analysis quantifying the effect on mortality and morbidity has not been performed recently.
Data Sources: The MEDLINE, Cochrane, and Web of Science electronic databases were searched from 1966 to July 2000. References were also identified from bibliographies of pertinent articles.
Study Selection: All randomized clinical trials of b-blockers versus placebo in chronic stable congestive heart failure were included. Data Extraction: A specified protocol was followed to extract data on patient characteristics, b-blocker used, overall mortality, hospitalizations for congestive heart failure, and study quality.
Data Synthesis: A hierarchical random-effects model was used to synthesize the results. A total of 22 trials involving 10 135 patients were identified. There were 624 deaths among 4862 patients randomly assigned to placebo and 444 deaths among 5273 patients assigned to b-blocker therapy. In these groups, 754 and 540 patients, respectively, required hospitalization for congestive heart failure. The probability that b-blocker therapy reduced total mortality and hospitalizations for congestive heart failurewas almost 100%. The best estimates of these advantages are 3.8 lives saved and 4 fewer hospitalizations per 100 patients treatedin the first year after therapy. The probability that these benefits are clinically significant (>2 lives saved or >2 fewer hospitalizationsper 100 patients treated) is 99%. Both selective and nonselective agents produced these salutary effects. The results are robust to any reasonable publication bias.
Conclusions: b-Blocker therapy is associated with clinically meaningful reductions in mortality and morbidity in patients with stable congestive heart failure and should be routinely offered toall patients similar to those included in trials.
O trabalho de 2001 demonstra o papel dos beta bloqueadores na redução da morbimortalidade dos pacientes portadores de insuficiência cardíaca congestiva.