Objetivo: Comparar a segurança e a eficácia de antileucotrienos e glicocorticoides inalatórios como monoterapia em pessoas com asma.
Desenho: Revisão sistemática de estudos randomizados e controlados que comparassem antileucotrienos com glicocorticoides inalatórios usados durante 28 dias ou mais em crianças e adultos.
Principal medida de desfecho: Taxa de exacerbações que tenham requerido tratamento com glicocorticoides sistêmicos.
Resultados: Treze estudos (12 em adultos, um em crianças) preencheram os critérios de inclusão; todos foram realizados em pessoas com asma leve a moderada. Os antagonistas do receptor de leucotrienos foram comparados aos glicocorticoides inalatórios em dose diária equivalente a 400-450 mcg de dipropionato de beclometasona. Os pacientes tratados com antagonistas do receptor de leucotrienos tiveram uma probabilidade 60% maior de sofrer exacerbações que exigissem o uso de glicocorticoides sistêmicos (risco relativo, 1,6, intervalo de confiança [IC] de 95%, 1,2 a 2,2; número necessário para tratar, 27, IC 95%, 13 a 81). Nos pacientes que utilizaram glicocorticoides inalatórios observou-se um aumento adicional de 130 ml (IC 95%, 80 a 170 ml) no volume expiratório forçado em um segundo e de 19 l/min (IC 95%, 14 a 24 l) no pico de fluxo expiratório matinal. Os glicocorticoides inalatórios também apresentaram vantagens no que diz respeito ao número de despertares noturnos, uso de agonistas beta 2 de resgate e número de dias assintomáticos. Não houve diferença entre os dois grupos quanto ao risco de efeitos colaterais, mas os pacientes em uso de antagonistas do receptor de leucotrienos tiveram um risco 2,5 vezes maior de ser retirados dos estudos devido ao controle inadequado da asma (risco relativo, 2,5, IC 95%, 1,8 a 3,5).
Conclusões: Glicocorticoides inalatórios em doses equivalentes a 400 mcg/dia de beclometasona são mais eficazes que antagonistas do receptor de leucotrienos no tratamento de adultos com asma leve a moderada. Não há evidências suficientes para tirarmos conclusões sobre a eficácia de antileucotrienos em crianças.
Objective: To compare the safety and efficacy of anti-leukotrienes and inhaled glucocorticoids as monotherapy in people with asthma. Design: Systematic review of randomised controlled trials comparing anti-leukotrienes with inhaled glucocorticoids for 28 days or more in children and adults.
Main outcome measure: Rate of exacerbations that required treatment with systemic glucocorticoids.
Results: 13 trials (12 in adults, one in children) met the inclusion criteria; all were in people with mild and moderate asthma. Leukotriene receptor antagonists were compared with inhaled glucocorticoids at a daily dose equivalent to 400-450 mcg beclometasone dipropionate. Patients treated with leukotriene receptor antagonists were 60% more likely to suffer an exacerbation requiring systemic glucocorticoids (relative risk 1.6, 95% confidence interval 1.2 to 2.2; number needed to treat 27, 13 to 81). A 130 ml greater improvement (80 ml to 170 ml) in forced expiratory volume in one second and a 19 l/min greater increase (14 l to 24 l) in morning peak expiratory flow rate were noted in favour of inhaled glucocorticoids. Differences in favour of inhaled glucocorticoids were also observed for nocturnal awakenings, use of rescue beta 2 agonists, and days without symptoms. Risk of side effects was no different between groups, but leukotriene receptor antagonists were associated a 2.5-fold increase risk of withdrawals due to poor asthma control (relative risk 2.5, 1.8 to 3.5).
Conclusions: Inhaled glucocorticoids doses equivalent to 400 mcg/day beclometasone are more effective thanleukotriene receptor antagonists in the treatment of adults with mild or moderate asthma. There is insufficient evidence to conclude on the efficacy of anti-leukotrienes in children.
Comparação entre os leucotrienos e os glicocorticóides inalatórios em pacientes com asma como monoterapia.
