Objetivo: O objetivo deste estudo foi determinar em que medida os pacientes omitem doses de medicamentos prescritos para diabetes.
Desenho e métodos: Realizamos uma busca na literatura (de 1966 a 2003) para identificar publicações que contivessem dados quantitativos sobre a adesão ao uso de hipoglicemiantes orais (HOs) e insulina e sobre a correlação entre a taxa de adesão e o controle glicêmico. Encontramos uma documentação adequada da adesão em 15 estudos retrospectivos sobre as taxas de pedidos de renovação de receitas médicas para HOs, 5 estudos prospectivos sobre o monitoramento eletrônico de HOs e 3 estudos retrospectivos sobre o uso de insulina.
Resultados: As análises retrospectivas mostraram que a adesão à terapia com HOs variou de 36 a 93% em pacientes que estiveram em tratamento durante 6 a 24 meses. Os estudos prospectivos de monitoramento eletrônico documentaram que os pacientes tomaram entre 67 e 85% das doses de HOs prescritas. O monitoramento eletrônico identificou pacientes dos quais a adesão era baixa para implementar intervenções destinadas a melhorar a adesão (que passou de 61 a 79%, p = 0,05). Pacientes jovens só renovaram prescrições para um terço das doses prescritas de insulina. A adesão ao tratamento com insulina em pacientes com diabetes do tipo 2 foi de 62 a 64%.
Conclusões: Esta revisão confirma que muitos pacientes aos quais foram prescritos medicamentos contra diabetes apresentam baixa adesão ao tratamento, tanto com HOs como com insulina. Entretanto, os sistemas de monitoramento eletrônico foram úteis para melhorar a adesão de pacientes específicos. Sistemas semelhantes de monitoramento eletrônico para a administração de insulina poderiam ajudar os profissionais de saúde a determinar quais pacientes precisam de apoio adicional.
Objective: The purpose of this study was to determine the extent to which patients omit doses of medications prescribed for diabetes.
Research Design and methods: A literature search (1966 to 2003) was performed to identify reports with quantitative data on adherence with oral hypoglycemic agents (OHAs) and insulin and correlations between adherence rates and glycemic control. Adequate documentation of adherence was found in 15 retrospective studies of OHA prescription refill rates, 5 prospective electronic monitoring OHA studies, and 3 retrospective insulin studies.
Results: Retrospective analyses showed that adherence to OHA therapy ranged from 36 to 93% in patients remaining on treatment for 6-24 months. Prospective electronic monitoring studies documented that patients took 67 to 85% of OHA doses as prescribed. Electronic monitoring identified poor compliers for interventions that improved adherence (61- 79%; P 0.05). Young patients filled prescriptions for one-third of prescribed insulin doses. Insulin adherence among patients with type 2 diabetes was 62-64%.
Conclusions: This review confirms that many patients for whom diabetes medication was prescribed were poor compliers with treatment, including both OHAs and insulin. However, electronic monitoring systems were useful in improving adherence for individual patients. Similar electronic monitoring systems for insulin administration could help healthcare providers determine patients needing additional support.
Esta revisão sistemática aborda a baixa adesão ao tratamento, tanto com HOs como com insulina em pacientes que foram prescritos.
