Relatórios

Da Segurança I à Segurança II: um relatório

Autor pessoal
HOLLNAGEL, E.
WEARS, R.L.
BRAITHWAITE, J.
Autor institucional
University of Southern Denmark
University of Florida Health Science Center Jacksonville
Australian Institute of Health Innovation
Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e a Segurança do Paciente
Título original
From Safety-I to Safety-II: A White Paper
Resumo

A publicação do relatório To Err is Human (Errar é humano) do IOM, em 2000, catalisou um interesse crescente pela melhoria de qualidade no cuidado de saúde. Ainda assim, apesar de décadas de atenção, atividade e investimento, as melhorias têm sido terrivelmente lentas. Embora as taxas de danos pareçam estáveis, o aumento na demanda por serviços de saúde e a crescente intensidade e complexidade desses serviços (as pessoas vivem cada vez mais, com comorbidades mais complexas, e esperam obter um cuidado mais avançado e de mais alto nível) implicam que o número de pacientes que sofrem danos durante o cuidado de saúde só vai aumentar, a menos que encontremos formas novas e mais eficazes de melhorar a segurança.

A maior parte das pessoas pensa na segurança como a ausência de acidentes e incidentes (ou como um nível de risco aceitável). Por essa perspectiva, que chamamos de Segurança I, a segurança é definida como um estado no qual o menor número possível de coisas dá errado. A abordagem da Segurança I presume que as coisas dão errado devido a falhas ou disfunções identificáveis em componentes específicos: tecnologia, procedimentos, trabalhadores e as organizações nas quais estão inseridos. Os seres humanos — sozinhos ou coletivamente — são, portanto, vistos como um risco ou perigo, principalmente porque são o mais variável desses componentes. O propósito da investigação de acidentes na Segurança I é identificar as causas e os fatores que contribuem para resultados negativos, e a avaliação de risco procura determinar sua probabilidade. O princípio da gestão da segurança é o de responder quando algo acontece ou quando algo é categorizado como um risco inaceitável, normalmente tentando eliminar suas causas ou melhorar as barreiras para impedi-los, ou ambos.

Essa visão da segurança popularizou-se em setores nos quais a segurança é um elemento crucial (nuclear, aviação etc.) entre as décadas de 1960 e 1980. Naquela época, a demanda por desempenho era significativamente menor que hoje e os sistemas eram mais simples e menos interdependentes.

Existia o pressuposto tácito de que os sistemas podiam ser decompostos e que os componentes de um sistema funcionavam de modo bimodal — isto é, seu funcionamento era correto ou incorreto. Esses pressupostos levaram à descrição detalhada e estável de sistemas, o que permitia buscar as causas dos defeitos e corrigi-los. Porém, tais pressupostos já não são válidos no mundo atual, nem na indústria nem no cuidado de saúde. No setor da saúde, sistemas como a terapia intensiva ou os serviços de emergência não podem ser decompostos de forma significativa e as funções não são bimodais, nem quando consideradas em detalhe, nem no sistema como um todo. Pelo contrário, o trabalho clínico cotidiano é, e deve ser, variável e flexível.

É fundamental observar que a visão da Segurança I não considera por que o desempenho humano praticamente sempre dá certo. As coisas não dão certo porque as pessoas agem como deveriam, mas porque as pessoas são capazes de ajustar, e efetivamente ajustam, aquilo que fazem, conforme as condições de trabalho. Com o desenvolvimento e o aumento da complexidade dos sistemas, esses ajustes tornam-se cada vez mais importantes para manter um desempenho aceitável. Dessa forma, o desafio para a melhoria da segurança consiste em compreender esses ajustes. Em outras palavras, compreender por que o desempenho geralmente dá certo, apesar das incertezas, ambiguidades e objetivos conflitantes que permeiam as situações de trabalho complexas. Apesar da importância óbvia de fazer com que as coisas deem certo, a gestão da segurança tradicional presta pouca atenção a isso.

A gestão da segurança deve, portanto, deixar de tentar assegurar que "o menor número possível de coisas dê errado" e passar a assegurar que "o maior número possível de coisas dê certo". Chamamos essa perspectiva de Segurança II. Ela está relacionada à capacidade de um sistema de funcionar corretamente sob condições variáveis. A abordagem da Segurança II presume que a variabilidade no desempenho cotidiano proporciona as adaptações necessárias para responder a condições variáveis, sendo, portanto, a razão pela qual as coisas dão certo. As pessoas são vistas, consequentemente, como um recurso necessário para a flexibilidade e a resiliência do sistema. Na Segurança II, o propósito da investigação passa a ser compreender por que as coisas normalmente dão certo, pois esta é a base para explicar por que as coisas às vezes dão errado. A avaliação de riscos procura compreender as condições nas quais a variabilidade no desempenho pode se tornar difícil ou impossível de monitorar e controlar. O princípio da gestão da segurança é facilitar o trabalho cotidiano, prever desenvolvimentos e eventos e manter a capacidade de adaptação para responder com eficácia às surpresas inevitáveis (Finkel, 2011).

Tendo em conta o aumento da demanda e da complexidade dos sistemas, devemos ajustar a nossa abordagem diante da segurança. Embora muitos eventos adversos ainda possam ser tratados pela abordagem da Segurança I sem consequências sérias, existe um número crescente de casos nos quais essa abordagem não funcionará, deixando-nos sem saber de que forma as ações cotidianas nos permitem atingir a segurança. Isso pode ter consequências inesperadas, pois degrada involuntariamente os recursos e os procedimentos necessários para fazer com que as coisas deem certo.

Portanto, o caminho a seguir depende da combinação das duas mentalidades. Embora possamos continuar a utilizar muitos dos métodos e técnicas existentes, a assimilação da visão da Segurança II também exigirá novas práticas, baseadas em examinar aquilo que dá certo, pôr o foco nos eventos frequentes, manter a sensibilidade para a possibilidade de falhas, encontrar um bom equilíbrio entre meticulosidade e eficiência e considerar o investimento em segurança como um investimento em produtividade. Este artigo ajuda a explicar as principais diferenças entre as duas formas de encarar a segurança e suas implicações.

Leia o relatório completo no PDF ao lado que pode ser encontrado no original, em inglês, e em português.

Revista
Proqualis - Centro Colaborador para a Qualidade do Cuidado e a Segurança do Paciente
Data de publicação
Nota geral

Este texto foi originalmente escrito em inglês. Os editores permitiram a tradução deste relatório e cedeu os direitos de publicação ao Proqualis/Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde/Fiocruz, único responsável pela edição em português.

Ferramenta de rastreamento global: uma revisão das evidências (edição de 2016)

Autor institucional
Health Quality & Safety Commission
Título original
The global trigger tool: A review of the evidence (2016 edition)
Páginas
87
Data de publicação
Cidade de publicação
Wellington
País de publicação
Nova Zelândia
Nota geral

Sumário Executivo e Lista de Abreviações traduzidos pelo Proqualis/Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde/Fiocruz, único responsável pela edição em português.

O impacto do medical home centrado no paciente no custo e na qualidade

Autor institucional
Patient-Centered Primary Care Collaborative
Título original
The Patient-Centered Medical Home’s Impact on Cost and Quality
Data de publicação
Nota geral

Publicado pelo Patient-Centered Primary Care Collaborative em 2015 com o título: The Patient-Centered Medical Home’s Impact on Cost and Quality.
Traduzido pelo Proqualis/Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde/Fiocruz com o título: O impacto do medical home centrado no paciente no custo e na qualidade

Salvando vidas e economizando dinheiro. Últimas notícias sobre as condições adquiridas em hospital

Autor institucional
Agency for Healthcare Research and Quality
Título original
Saving Lives and Saving Money: Hospital-Acquired Conditions Update
Resumo

Estimativas interinas para 2014 mostram uma queda constante de 17 por cento nas condições adquiridas em hospitais (CAHs) desde 2010. O total acumulado ao longo de 4 anos (2011, 2012, 2013 e 2014) de CAHs em pacientes internados está 2,1 milhões mais baixo do que a quantidade de CAHs que ocorreriam se as taxas tivessem se mantido estáveis no nível verificado em 2010. A taxa interina medida para 2014 manteve-se estável desde 2013, baixando do patamar de 145CAHs em 2010 para 121 por cada 1.000 altas hospitalares. A nossa estimativa é de que morreram cerca de 87.000 pacientes a menos em hospitais por causa de CAHs e que foram economizados aproximadamente $19,8 bilhões de dólares em custos com cuidados de saúde entre 2010 e 2014.

Embora não sejam plenamente compreendidas as causas exatas da queda no número de danos causados ao paciente, o aumento na segurança ocorreu durante um período em que hospitais de todo o país se voltaram para reduzir os eventos adversos. O esforço tem aumentado parcialmente por causa dos incentivos em pagamentos do Medicare, sendo também catalisado por uma iniciativa do Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) dos EUA chamada Parcerias para Pacientes (sigla em inglês: PfP).

Leia o documento completo no PDF ao lado.

Revista
Agency for Healthcare Research and Quality (US)
Páginas
13
Data de publicação
Nota geral

Este texto foi originalmente escrito em inglês. A AHRQ permitiu a tradução deste artigo e cedeu os direitos de publicação ao Proqualis/Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde/Fiocruz, único responsável pela edição em português.

Lista de referência global de 100 indicadores de saúde fundamentais

Autor institucional
World Health Organization
Título original
Global Reference List of 100 Core Health Indicators
Resumo

A Lista de Referência Global de 100 Indicadores de Saúde Fundamentais, que chamaremos aqui de “Lista de Referência Global”, é um conjunto padronizado de 100 indicadores fundamentais priorizados pela comunidade internacional para gerar informações concisas sobre a situação e as tendências de saúde, incluindo as respostas ao nível nacional e global. A Lista de Referência Global contém indicadores relevantes para a notificação nacional, regional e global em todo o espectro de prioridades globais de saúde relacionadas às metas de saúde pós-2015 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Essas prioridades incluem a agenda dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), prioridades novas e emergentes, como as doenças não-transmissíveis (DNTs), a cobertura de saúde universal e outras questões ligadas à agenda de desenvolvimento pós-2015. A Lista de Referência Global não é uma lista exclusiva de indicadores, nem tem a intenção de limitar a coleta de informações apenas àquelas que atendem às necessidades administrativas e programáticas. Em vez disso,tem a intenção de servir como uma referência geral e como um guia para os indicadores e suas definições, que os países poderão utilizar para o monitoramento segundo suas próprias capacidades e prioridades em saúde.

Revista
World Health Organization
Páginas
134
Data de publicação
País de publicação
Geneva
Nota geral

Este texto foi originalmente escrito em inglês. A Organização Mundial de Saúde permitiu a tradução deste material, páginas 1 a 20, e cedeu os direitos de publicação ao Proqualis/Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde/Fiocruz, único responsável pela edição em português.

A Organização Mundial de Saúde não se responsabiliza pela acurácia das informações e por perdas ou danos decorrentes da utilização desta versão.
Original disponível em: http://www.who.int/healthinfo/indicators/2015/en/ (Acessado em 08/03/2016)

Cuidado ao paciente internado 2013–14: Estatísticas hospitalares australianas

Autor institucional
Australian Institute of Health and Welfare
Título original
Admitted patient care 2013–14: Australian hospital statistics
Resumo

O documento “Cuidado ao paciente internado 2013-14: Estatísticas hospitalares australianas” apresenta um panorama detalhado sobre as atividades relativas aos pacientes internados em hospitais públicos e privados da Austrália. Em 2013-14, houve cerca de 9,7 milhões de altas hospitalares, incluindo:

- 5,5 milhões de altas de pacientes agudos no mesmo dia da internação;

- 3,8 milhões de altas de pacientes agudos com mais de um dia de internação;

- cerca de 460.000 altas de pacientes em cuidados não agudos ou subagudos.

Resumo original

Admitted patient care 2013–14: Australian hospital statistics presents a detailed overview of admitted patient activity in Australia’s public and private hospitals. In 2013–14, there were about 9.7 million separations from hospitals, including:

– 5.5 million same-day acute care separations

– 3.8 million overnight acute care separations

– about 460,000 subacute and non-acute care separations.

Fascículo
60
Páginas
266
Data de publicação
Cidade de publicação
Canberra
Nota geral

Health services series no. 60. Cat. no. HSE 156.