A higiene das mãos é aceita como a pedra angular da prevenção de infecção. As mãos estão frequentemente envolvidas em episódios de transmissão cruzada de agentes patogênicos, contribuindo como veículo para a propagação de infecções tanto na comunidade como em hospitais. As mãos dos profissionais de saúde estão implicadas em pelo menos 50% de todos os episódios de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), existindo uma relação direta entre a carga bacteriana presente nas mãos e o risco de transmissão cruzada. A evidência de que a higiene das mãos reduz as infecções associadas aos cuidados de saúde está disponível há quase dois séculos.
Em 2005, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou o Primeiro Desafio Global para a Segurança do Paciente ‘Uma assistência limpa é uma assistência mais segura’, para reforçar o foco internacional e a ação sobre a questão crítica da segurança do paciente, as IRAS e o papel central da adesão à higiene das mãos por profissionais de saúde na redução dessas infecções. As Diretrizes da OMS sobre Higiene das Mãos no Cuidado de Saúde (WHO Guidelines for Hand Hygiene in Health Care) foram publicadas em 5 de maio de 2009 pela WHO Patient Safety, no lançamento da iniciativa ‘Salve vidas: higienize as mãos’ (Save lives: clean your hands).
As Diretrizes têm como objetivo garantir um foco contínuo global, regional, nacional e local sobre a higiene das mãos nos serviços de saúde e o conceito ‘Meus 5 momentos para a higiene das mãos’ como abordagem-chave para proteger o paciente, o profissional de saúde e o ambiente assistencial contra a propagação de patógenos e, assim, reduzir as IRAS. Essa abordagem incentiva os profissionais de saúde a higienizarem suas mãos: (1) antes de contato com o paciente; (2) antes da realização de procedimento limpo/asséptico; (3) após risco de exposição a fluidos corporais; (4) após contato com o paciente; e (5) após contato com as áreas próximas ao paciente.
Fruto da contribuição de mais de uma centena de especialistas internacionais, as Diretrizes apresentam os aspectos essenciais da higiene das mãos no cuidado de saúde, assim como recomendações baseadas em evidências.
A Estratégia Multimodal da OMS para a Melhoria da Higiene das Mãos foi proposta para traduzir em prática as recomendações da OMS sobre a higiene das mãos e é acompanhada por uma ampla gama de ferramentas práticas (kit de ferramentas de implementação) prontas para serem utilizadas. A Estratégia foi projetada para ser usada em qualquer estabelecimento de saúde, independentemente do nível de recursos ou do fato de o estabelecimento já estar implementando quaisquer iniciativas de higiene das mãos. A abordagem se concentra principalmente em melhorar a adesão à higiene das mãos pelos profissionais de saúde da linha de frente dos cuidados de saúde. As ações propostas pela estratégia também visam alcançar a melhoria da infraestrutura para a higiene das mãos, assim como o aprimoramento do conhecimento e da percepção sobre a higiene das mãos e das IRAS e o clima de segurança para o paciente. Seu objetivo final é reduzir tanto a propagação de infecções e microrganismos multirresistentes quanto o número de pacientes adquirindo IRAS evitáveis.
Apesar da simplicidade relativa ao procedimento, a adesão às recomendações de higiene das mãos permanece baixa na maioria dos hospitais. A maior parte dos esforços para melhorar a higiene das mãos falhou ou alcançou apenas um sucesso modesto. Mais de 60% dos profissionais de saúde não aderem às práticas de higiene das mãos recomendadas. No entanto, a higiene adequada das mãos dos profissionais de saúde poderia prevenir em 15% a 30% as IRAS, com considerável impacto sobre a qualidade na saúde e vida dos pacientes e nos custos da saúde.
O Proqualis, em seus 10 anos de existência, disponibilizou diversos conteúdos sobre esse tema. Apresentamos a seguir os mais relevantes:
1) Diretrizes da OMS sobre Higienização das Mãos na assistência à saúde (Organização Mundial da Saúde)
2) Vídeo ‘Higienização das Mãos do Hospital Mãe de Deus’ (Hospital Mãe de Deus)
3) Webinar ‘Higienização das mãos e a prevenção de IRAS’ (Diego Jung de Stumpfs, Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, Hospital Mãe de Deus)
4) Estratégia para melhorar e manter a adesão a práticas adequadas de higienização das mãos no hospital (Aldeyab, M.A.; Baldwin, N.; Mcelanaylnay, J.C.; Scott, M.G.; Mcnally, M.; Kearney, M.P.)
5) Vídeo ‘Higienização das Mãos’ (Proqualis)
6) Estratégia multimodal da OMS para o aprimoramento da Higienização das Mãos: guia de implementação (Organização Mundial da Saúde)
7) Aula ‘Higiene das mãos: histórico, conceitos, técnica’ (Hospital Mãe de Deus)
9) Manual de Referência Técnica para a Higiene das Mãos. Para ser utilizado por profissionais de saúde, formadores e observadores de práticas de higiene das mãos (Organização Mundial da Saúde)
10) Higienização das mãos em países de renda baixa e média (Loftus, M.J.; Guitart, C.; Tartari, E.; Stewardson, A.J.; Amer, F.; Bellissimo-Rodrigues, F.; Lee, Y.F.; Mehtar, S.; Sithole, B.L.; Pittet, D.)
Coletânea traz os principais conteúdos sobre o tema publicados no nosso portal ao longo de uma década