Destaques 10 anos Proqualis: Prevenção de infecção de corrente sanguínea associada a cateter central
Coletânea traz os principais conteúdos sobre o tema publicados no nosso portal ao longo de uma década
A infecção de corrente sanguínea associada a cateter central entre os pacientes em UTI é um problema global, responsável pelo aumento da mortalidade, do tempo de permanência em UTI e dos custos dos cuidados de saúde. Nos Estados Unidos, a mortalidade atribuível a essa infecção geralmente ultrapassa os 10%, podendo chegar a 25% em pacientes de maior risco. Em nosso país, o estudo Brazilian SCOPE (Surveillance and Control of Pathogens of Epidemiological Importance) encontrou uma taxa de mortalidade de 40%.
Cerca de 50% dos pacientes internados em UTI necessitam da inserção de um cateter venoso central (CVC), porém esse dispositivo pode causar infecção, devido à contaminação do local de inserção ou à migração da flora do paciente para o lúmen do cateter. A inserção do CVC rompe a integridade da pele, possibilitando infecções por bactérias e fungos, passíveis de disseminação hematogênica. Estima-se que cerca de 60% das bacteremias nosocomiais sejam associadas a algum dispositivo intravascular. Os microrganismos atingem o acesso vascular de diversas maneiras: durante a inserção, por meio da colonização da pele; pela contaminação das conexões; por meio de soluções contaminadas usadas para manter permeável o cateter; pela via hematogênica de um foco infeccioso à distância; ou, no caso de monitorização hemodinâmica, pela utilização de transdutores contaminados.
A principal fonte de contaminação nos cateteres de curta duração (que permanecem até 10 dias) é a microbiota cutânea do paciente, que se move por capilaridade através da superfície externa do cateter. Nos cateteres implantáveis ou de longa duração (que permanecem acima de três semanas), geralmente a contaminação se dá a partir do canhão e avança pela superfície endoluminal do cateter. A flora predominante nessa contaminação é a das mãos da equipe de saúde.
Como resultados indesejáveis relacionados com a infecção de corrente sanguínea associada a cateter central podem ser destacados: elevada mortalidade, estimada em cerca de 25%; aumento do tempo de internação hospitalar, em média de 7 dias; aumento dos custos hospitalares.
Intervenções multimodais voltadas para a implementação das medidas de prevenção da infecção têm demonstrado eficácia na redução das taxas.
O monitoramento das taxas de infecção de corrente sanguínea associada a cateter central pela Anvisa revela uma tendência de queda no país (densidade de incidência de 4,4 no ano de 2017).
O Proqualis, em seus 10 anos de existência, disponibilizou diversos conteúdos sobre esse tema. Apresentamos a seguir os mais relevantes:
1) Webinar ‘Prevenção de Infecção de Corrente Sanguínea associada a Cateter Central’ (com Dr. Bil Bassetti, Hospital Central de Vitória – ES)
2) Aula ‘Prevenção de Infecção de Corrente Sanguínea associada a Cateter Central’
3) Protocolo de prevenção de infecção de corrente sanguínea associada a cateteres centrais SES-RJ
5) Infecções associadas a cateteres venosos centrais: atualização e recomendações intersociedades
7) Implementação de intervenções personalizadas em um programa estadual de redução de infecções da corrente sanguínea associadas a cateteres centrais
8) Indicadores:
9) PROHIBIT: Prevenção de infecções hospitalares por meio de intervenção e treinamento
10) Projeto BACTERIEMIA ZERO reduz infecções na Espanha